G8 busca suprimento energético estável

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Publicado sábado, 11 de fevereiro de 2006 as 13:07, por: CdB

Os ministros das Finanças dos países mais ricos do mundo se queixaram dos altos preços do petróleo em conversas mantidas na Rússia neste sábado, mas disseram acreditar que o crescimento econômico será bom novamente este ano. Ministros do G8 disseram em comunicado que o crescimento global permanece forte, mas que os preços altos e voláteis da energia representam um risco. Eles também pediram mais avanços nas negociações para a liberalização do comércio.

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Rato, presente à reunião, disse que os preços altos da energia parecem ser fruto não apenas de uma demanda alta, mas também de problemas no fornecimento. A reunião do grupo em Moscou foi a primeira presidida pela Rússia e se concentrou principalmente na preocupação com o custo e a confiabilidade do fornecimento de petróleo e gás.

Após os ministros assinarem o comunicado e se dirigem para um almoço no Kremlin com o presidente Vladimir Putin, o ministro das Finanças russo, Alexei Kudrin, foi citado pela agência de notícias russa RIA-Novosti como tendo dito que, em alguns momentos, as conversações foram “turbulentas”. Não ficou claro de imediato se Kudrin se referia a tensões relativas ao fornecimento energético ou a outras questões discutidas na reunião.


PROBLEMAS NO FORNECIMENTO ENERGÉTICO

A Rússia é uma das maiores fornecedoras mundiais de petróleo e gás, mas uma disputa recente dela com a Ucrânia, na qual Moscou interrompeu o fornecimento de gás, provocou mal-estar entre outros membros do G8 — que inclui Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, Itália, Grã-Bretanha e França, além da própria Rússia. Apresentado em linguagem diplomática, o comunicado não fez referência a essa questão, mas autoridades disseram querer que a própria Rússia se abra a mais investimentos estrangeiros em seu setor energético e à possibilidade de afrouxar seu controle sobre o fornecedor monopolista Gazprom.

Os ministros das Finanças iniciaram a reunião no café da manhã com seus colegas de algumas das estrelas ascendentes da economia mundial: China, Índia, Brasil e África do Sul. O crescimento espantoso da China, que se dá em ritmo mais do que duas vezes superior ao do mundo em geral, fez desse país o segundo maior consumidor de petróleo, depois dos Estados Unidos.

A alta na demanda levou os preços do petróleo a dobrar nos últimos dois anos, mas outra grande preocupação é conseguir suprimentos confiáveis de energia de regiões muitas vezes tendentes à instabilidade. O impasse atual com o Irã, país rico em petróleo, serve de lembrete da vulnerabilidade potencial do fornecimento energético, como também o fez a disputa entre Rússia e Ucrânia sobre os valores pagos pela Ucrânia pelo gás russo.