G7: Merkel pede comprometimento mais duros sobre mudanças climáticas

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Publicado segunda-feira, 8 de junho de 2015 as 10:25, por: CdB
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel

 

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu aos líderes do G7 para se comprometerem com objetivos mais duros para cortar os gases causadores do efeito-estufa no último dia da cúpula do Grupo dos Sete nos Alpes da Baviera, nesta segunda-feira.

Merkel, apelidada de “chanceler do clima”, espera revitalizar suas credenciais verdes ao conseguir que as nações industriais do G7 aceitem metas específicas de emissão, antes de um encontro da ONU sobre o clima em Paris.

A mudança climática está no topo da agenda da cúpula nesta segunda-feira, na qual líderes também vão discutir o combate a epidemias e outros problemas de saúde, a luta contra o terrorismo do Boko Haram ao Estado Islâmico, e o desenvolvimento africano.

Em um impulso para a tentativa de Merkel de combater o aquecimento global, o Japão informou no domingo que vai apoiar que os países do G7 apresentem suas próprias metas para a redução da emissão de dióxido de carbono.

O presidente francês, François Hollande, cujo país receberá a cúpula da ONU sobre o combate às mudanças climáticas no final do ano, também buscou um comprometimento ambicioso do G7 para o fim da dependência de combustíveis fósseis.

Referendo sobre UE

Chanceler alemã, Angela Merkel, e premiê britânico, David Cameron, em cúpula do G7
Chanceler alemã, Angela Merkel, e premiê britânico, David Cameron, em cúpula do G7

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, procurou dissipar novos sinais de rebelião no seu Partido Conservador sobre a União Europeia, dizendo que os ministros terão de apoiar sua estratégia para o bloco ou deixar o governo.

Falando à margem de uma reunião na Alemanha do Grupo dos Sete (G7), que inclui as nações mais industrializadas do mundo, Cameron, que antes de ser reeleito prometeu que iria renegociar a relação do país com a UE, indicou que não irá tolerar dissidências.

– Se você quer ser parte do governo, você tem que assumir que estamos empenhados em um exercício de renegociação para realizar um referendo, e isso levará a um resultado bem-sucedido – disse ele a repórteres, quando indagado se iria permitir que os ministros votassem de acordo com sua consciência. “Todo mundo no governo já se comprometeu com o programa estabelecido no manifesto conservador.”

Cameron prometeu realizar o referendo da UE até o final de 2017. Ele disse que está confiante em chegar a um acordo que lhe permita recomendar aos britânicos votarem em favor da permanência do país no bloco de 28 nações, uma união da qual faz parte desde 1973.

No entanto, sua situação é vulnerável, pois tem uma maioria de apenas 12 cadeiras no Parlamento de 650 lugares. Uma rebelião sobre a Europa em sua própria bancada poderia inviabilizar sua agenda legislativa mais ampla e deixar uma mancha em seu segundo mandato.

Cameron falou depois que um grupo de mais de 50 parlamentares de seu partido disse estar disposto a endossar uma campanha em apoio à saída britânica da UE, conhecida como “Brexit”, a menos que ele consiga mudanças radicais no bloco. Esse é o primeiro sinal de revolta dos eurocéticos desde que Cameron foi reeleito no mês passado.