Funerárias francesas dizem que mortalidade aumentou 37 % pelo calor

As Pompas Fúnebres Gerais registraram na semana passada um aumento de 37 % da mortalidade na França e de 49 % na região parisiense com relação ao mesmo período de 2002, uma boa parte por causa do calor que assola o país, revelou nesta quarta-feira uma porta-voz da sociedade funerária francesa.

Entre 4 e 10 deste mês morreram em todo o país 3.225 pessoas, quando no mesmo período do ano passado foram registradas 2.300 mortes.

Embora o aumento de falecimentos registrados nesse período não possa ser atribuído totalmente ao fenômeno meteorológico, está claro que os efeitos das altas temperaturas foram notáveis e puderam “antecipar mortes de pessoas frágeis”, como idosos e doentes, acrescentou a fonte.

Em certas áreas da região parisina, o aumento de mortalidade pode chegar a “situar-se entre 70 e 80 %”, acrescentou a porta-voz da PFG, que representa um quarto das funerárias francesas.

A empresa teve que instalar barracas de campanha refrigeradas junto às suas sedes de Longumeau e Vigneux, na região parisiense, para poder colocar nelas os corpos que saturam os necrotérios.

A diretora-geral do Atendimento Público dos Hospitais de Paris, Jose Marie Van Lerberghe, cifrou nesta quarta em “pouco mais de uma centena” o número de mortes vinculadas diretamente ao calor na região parisina desde sexta-feira passada.

A declaração de Van Lerberghe é a primeira oficial sobre a cifra de mortos na França por causa do calor, depois que no domingo a Associação de Médicos de Emergencias dos Hospitais da França (Amufh) lançou o alerta sobre a situação.

O presidente da Amufh, Patrick Pelloux, advertiu que mais de 50 pessoas haviam morrido só durante o fim de semana passado pelo calor na região parisiense e dois dias depois disse que já eram mais de cem em todo o país.