A França destacou nesta terça-feira a necessidade de a Europa e os Estados Unidos reforçarem seus laços, após o pedido de renúncia apresentado pelo secretário de Estado norte-americano Colin Powell.
O ministro das Relações Exteriores da França, Michel Barnier, elogiou Powell, apesar das diferenças entre os dois países sobre a guerra ao Iraque. Mas o chanceler não quis se manifestar sobre a provável nomeação de Condoleezza Rice, atual assessora nacional para assuntos de segurança, para o lugar de Powell.
Colin Powell era considerado um moderado dentro do governo do presidente George W. Bush. Já Rice é uma das pessoas mais próximas do dirigente e tem geralmente se aliado à linha-dura do governo.
– Chegou a hora de olharmos adiante a fim de reconstruirmos e renovarmos essa relação transatlântica de forma equilibrada – afirmou Barnier à rádio Europe 1, em uma entrevista.
Repetindo os apelos por unidade dentro da União Européia (UE), o chanceler acrescentou:
– Acho que é melhor para os norte-americanos ter como parceira uma Europa que fale em uma única voz – disse ainda.
As relações entre França e EUA esfriaram quando o governo francês foi contra a invasão do Iraque. Agora, depois da reeleição de Bush, os dois lados prometeram priorizar a retomada dos laços entre os dois países.
Na França, Powell era considerado uma das autoridades norte-americanas mais abertas ao diálogo. Mas Paris ficou desapontada quando Powell usou provas inválidas sobre a presença de armas de destruição em massa para justificar a invasão ao Iraque.
Barnier, que assumiu o comando da chancelaria francesa oito meses atrás, disse:
– Nos últimos meses, mantive relações bastante amigáveis e francas com Colin Powell. Ele é um verdadeiro profissional no mundo da diplomacia. Nunca se vê um sinal de arrogância por parte de Colin Powell, mas sempre um desejo de convencer os outros sobre sua opinião – afirmou.
Questionado sobre Rice, ele disse:
– Condi Rice é uma mulher de personalidade… mantivemos contatos regulares com ela – ressaltou.