França: Disneyland está na mira dos militantes do EI

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Publicado sexta-feira, 25 de novembro de 2016 as 14:15, por: CdB

Durante os interrogatórios, um dos detidos afirmou que também preparavam ataques contra a sede do serviço de inteligência interna francesa

Por Redação, com Sputnik – de Paris:

Uma célula jihadista desmantelada recentemente na França planejava perpetrar uma série de ataques na zona de Paris em 1 de dezembro.

Uma célula jihadista desmantelada recentemente na França planejava perpetrar uma série de ataques na zona de Paris em 1 de dezembro
Uma célula jihadista desmantelada recentemente na França planejava perpetrar uma série de ataques na zona de Paris em 1 de dezembro

Entre os alvos dos terroristas estavam um mercado de Natal e o parque de diversões Disneyland. Segundo a AFP. No total foram presos sete terroristas no fim de semana nas cidades de Estrasburgo e Marselha, depois de oito meses de investigação. 

Uma fonte policial disse à agência que os terroristas estavam planejando atacar o mercado de Natal. Realizado na avenida Campos Elísios e o parque de diversões Disneyland, cafés e esplanadas no nordeste da cidade, delegacias de polícia e uma estação de metrô. 

Durante os interrogatórios, um dos detidos afirmou que também preparavam ataques contra a sede do serviço de inteligência interna francesa. Os detidos estavam na posse no momento da prisão de duas armas ligeiras, uma pistola automática, uma submetralhadora e material de propaganda jihadista.

Um ano após os ataques de Paris. A França continua em regime de estado de emergência, o que dá às forças de segurança poderes reforçados de vigilância e detenção de suspeitos.

Ataques terroristas

No dia 13 deste mês, a França comemora o primeiro aniversário dos ataques terroristas que levaram 130 vidas e feriram mais de 350 pessoas. Será que o país conseguiu melhorar os seus mecanismos de prevenção de tais ataques?

Entre as medidas tomadas ou tentadas pelo governo francês, as mais comentadas e discutidas. São o aumento do controle fronteiriço. A privação de nacionalidade francesa a pessoas cuja participação de atos terroristas for provada e a imposição do estado de emergência. Durante quase um ano inteiro e que pode ainda ser prorrogado para 2017. Segundo o ministro do Interior, Manuel Valls. Há também a operação Sentinel, que prevê maior atenção às pessoas inscritas no “dossiê S” da polícia nacional.

A ameaça persiste

 Mais do que isso, a França corre o perigo de se tornar alvo de atentados de novo. Para Charles Rault, ex-analista de segurança, os políticos e os funcionários de organismos de inteligência coincidem na opinião de que haverá mais ataques.

– Não só existe a possibilidade de novos ataques terroristas, senão que também há o sentimento. Desta vez partilhado tanto por agências de inteligência, como pelos líderes políticos, de que haverá mais (ataques).

– Lamentavelmente, é provável que haja novos atentados que eles não poderão prevenir – disse o especialista. Mas o objetivo pode ser ainda mais terrível: os terroristas poderiam tentar incitar uma guerra civil na França. Cujas autoridades promovem firmemente o multiculturalismo.

– A tensão é tão alta na França que os terroristas podem tentar fazer tudo para jogar a França em um combate sectário totalmente sangrento – frisou Rault. Foreign fighters.

Por sua parte, Paul Swallow, ex-oficial de inteligência no Comando Antiterror da Scotland Yard, vê risco nas pessoas que nasceram na França. Depois foram combater nas fileiras do Daesh no Oriente Médio. A mídia internacional tem um nome para elas, “foreign fighters” (“guerreiros estrangeiros”).

– Eu acho que novos ataques são prováveis. Com a iminente derrota do Daesh na Síria. Os ‘soldados’ deles vão fugir e podem voltar a casa. Para muitos países europeus, inclusive para França.

– É muito provável que alguns desejem continuar a sua batalha atacando alvos civis ‘brandos’ nestes países. Seguindo o modelo Bataclan/Charlie Hebdo. Sugere Swallow, que agora dá aulas na Escola da Lei, Justiça Legal e Computação na Universidade Christ Church de Canterbury.

Comentando as reformas realizadas pelo governo da França. Ele disse que elas aumentaram a segurança. Mas puseram em cheque os direitos humanos.

Existe solução?

Não existe problema sem solução. Portanto, a Sputnik perguntou aos entrevistados sobre as suas sugestões. Para Rault, existem duas decisões cruciais a serem tomadas pelas autoridades francesas. A primeira é a restauração das fronteiras nacionais. “Já que não há fronteiras eficientes ao nível europeu”.

– A segurança nacional da França não pode depender da fronteira grega. Ou da de qualquer outro país – ressaltou. A segunda decisão, segundo Rault, é a proibição “imediata” da entrada de todos os imigrantes como medida de prevenção. “

– Tanto os ataques terroristas recentes. Como as declarações dos próprios terroristas mostraram que os terroristas aproveitam das nossas fronteiras abertas para melhor nos atacar – explicou.

Já para Swallow, é preciso rever os princípios da laicidade. Que dominam a cultura oficial da França e proíbem as autoridades de coletar e analisar informações. Sobre minorias religiosas. “Esta política, muito enraizada na Constituição francesa, precisa mesmo ser posta em causa”, disse o especialista.