Forças israelenses atacam rede de túneis de Gaza

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Publicado quarta-feira, 8 de novembro de 2023 as 14:05, por: CdB

A Cidade de Gaza, principal reduto do grupo militante Hamas no território, está cercada pelas forças israelenses. Os militares disseram que as tropas avançaram até o centro da cidade densamente povoada, enquanto o Hamas afirma que seus combatentes infligiram grandes perdas.

Por Redação, com Reuters – de Jerusalém/Gaza

Ataques aéreos na Faixa de Gaza mataram um fabricante de armas do Hamas e vários combatentes, disseram militares israelenses nesta quarta-feira, enquanto sua ofensiva aérea e terrestre tinha como alvo a rede de túneis dos militantes sob o enclave palestino sitiado.

Israel ataca rede de túneis de Gaza e ONU reitera apelo por pausa humanitária

A Cidade de Gaza, principal reduto do grupo militante Hamas no território, está cercada pelas forças israelenses. Os militares disseram que as tropas avançaram até o centro da cidade densamente povoada, enquanto o Hamas afirma que seus combatentes infligiram grandes perdas.

Testemunhas disseram que milhares de pessoas estavam deixando áreas do norte e seguindo para o sul em uma estrada controlada por tanques israelenses na quarta-feira, durante uma janela diária de quatro horas proclamada pelas forças israelenses para a saída dos civis.

Milhares de outras pessoas ainda permanecem dentro da área cercada, incluindo o hospital Al Shifa, da Cidade de Gaza, onde Um Haitham Hejela estava abrigada com os seus filhos pequenos numa tenda improvisada.

– A situação está piorando dia após dia – disse ela. “Não há comida, não há água. Quando meu filho vai buscar água, ele fica na fila por três ou quatro horas. Atacaram as padarias, não temos pão.”

Com a guerra entrando agora no seu segundo mês, autoridades da ONU e os países do G7 intensificaram os apelos por uma pausa humanitária nas hostilidades para ajudar a aliviar o sofrimento em Gaza, onde os edifícios foram destruídos e os abastecimentos básicos estão se esgotando. Autoridades palestinas dizem que mais de 10 mil pessoas foram mortas, 40% delas crianças.

O nível de mortes e sofrimento é “difícil de compreender”, disse o porta-voz da agência de saúde da ONU, Christian Lindmeier, em Genebra.

Israel atacou Gaza em resposta a um ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, no qual homens armados mataram 1,4 mil pessoas, a maioria civis, e fizeram cerca de 240 reféns, segundo registros israelenses. A guerra transformou-se no episódio mais sangrento do conflito entre israelenses e palestinos que já dura gerações.

A intenção declarada de Israel é exterminar o Hamas, grupo islâmico que governa Gaza, atacando por ar, terra e mar, enquanto tropas terrestres avançam para dividir a estreita faixa costeira em duas, em violentos combates urbanos entre as ruínas de edifícios.

Militares israelenses

Os militares israelenses disseram na quarta-feira que dois ataques separados eliminaram um importante fabricante de armas do Hamas, Mahsein Abu Zina, e combatentes engajados em lançamentos de foguetes.

A mídia palestina relatou confrontos entre militantes e forças israelenses perto do campo de refugiados de al-Shati, na Cidade de Gaza. O braço armado do Hamas, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, disse que seus combatentes destruíram um tanque israelense na Cidade de Gaza.

À agência inglesa de notícias Reuters não conseguiu verificar as alegações dos dois lados no campo de batalha.

Não houve mais nenhuma palavra de Israel sobre o possível destino de Yahya Sinwar, o líder mais graduado do Hamas em Gaza e considerado um dos principais arquitetos dos ataques de 7 de outubro. Israel disse na terça-feira que ele foi encurralado em seu bunker.

O principal porta-voz militar, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que engenheiros de combate estavam usando dispositivos explosivos para destruir uma rede de túneis construída pelo Hamas que se estende por centenas de quilômetros abaixo de Gaza.

Os tanques israelenses encontraram forte resistência dos combatentes do Hamas que usavam os túneis para organizar emboscadas, de acordo com fontes do Hamas e do grupo militante Jihad Islâmica. Israel diz que 33 dos seus soldados foram mortos.

Os combates estão concentrados no norte da Faixa de Gaza e Israel disse aos civis para fugirem para o sul, mas também tem bombardeado áreas do sul.

Palestinos

Na principal cidade do sul, Khan Younis, seis palestinos, incluindo uma jovem, foram mortos em uma casa atingida, disseram médicos. À Reuters viu os corpos da menina e de ao menos outras duas pessoas chegarem a um hospital.

Quase dois terços dos 2,3 milhões de residentes de Gaza estão deslocados internamente, segundo dados da ONU, com milhares de pessoas procurando refúgio em hospitais, incluindo abrigos improvisados de lona nos seus estacionamentos.

A ONU diz que o sistema de saúde de Gaza está à beira do colapso, atingido por ataques aéreos, inundado de pacientes e ficando sem medicamentos e combustível.

“Quanto mais esperarmos, pior será a situação de alguns pacientes. Muitas pessoas morrerão simplesmente porque não têm acesso ao tratamento”, disse Osama Qadoumi, supervisor do Hospital Makassed.

Os ministros de Relações Exteriores do G7, reunidos em Tóquio, fizeram um apelo por uma pausa humanitária nos combates e um “processo de paz”.

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