Forças norte-americanas prenderam nesta sexta-feira o principal negociador de Falluja, o clérigo sunita Khaled Al Jumaili, depois de ataques aéreos contra a cidade iraquiana. Os Estados Unidos afirmaram estar agindo para impedir a realização de ações violentas no país árabe durante o mês do Ramadã, sagrado para os muçulmanos.
A polícia da cidade, que não responde ao governo interino sustentado pelos norte-americanos, disse que fuzileiros dos EUA haviam detido Jumaili, o chefe de polícia da cidade e duas outras autoridades das forças de segurança que deixavam o local para se proteger dos bombardeios.
O médico Thamim Al Nuaimi, de Falluja, informou que os bombardeios noturnos deixaram cinco civis mortos e 11 feridos.
Oficiais das Forças Armadas norte-americanas não quiseram se manifestar sobre a prisão de Jumaili, que vinha liderando a delegação de Falluja nas negociações de paz com o governo central. As negociações foram interrompidas nesta semana.
O primeiro-ministro interino do Iraque, Iyad Allawi, tinha ameaçado nesta quarta-feira atacar a cidade se os moradores não entregassem os militantes leais ao jordaniano Abu Musab Al Zarqawi, que estaria escondido ali.
Os EUA oferecem uma recompensa de 25 milhões de dólares por Zarqawi, o homem mais procurado dentro do Iraque. O grupo dele assumiu nesta quinta-feira a responsabilidade pelos atentados suicidas que mataram cinco pessoas, entre as quais três norte-americanos, dentro da Zona Verde de Bagdá, uma área de segurança máxima.
Os atentados aconteceram às vésperas do Ramadã, que se inicia, para os sunitas do Iraque, na sexta-feira. Para os xiitas, que são maioria no país, o mês sagrado começa um dia depois.
No ano passado, o Ramadã iniciou-se com uma série de atentados em Bagdá, nos quais morreram ao menos 40 pessoas.
Nesta sexta-feira, um carro-bomba feriu cinco policiais e cinco civis perto de uma delegacia de polícia no sul de Bagdá, informou o Ministério do Interior.