Focus: Copom vai cortar meio ponto percentual nos juros

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Publicado segunda-feira, 27 de novembro de 2006 as 12:05, por: CdB

Analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai repetir, na próxima quarta-feira, a mesma dose de meio ponto percentual na redução da taxa básica de juros (Selic) praticada nas duas últimas reuniões do colegiado de diretores do BC. Os economistas do setor privado confiam que a taxa atual, de 13,75% ao ano, cairá para 13,25%, na última reunião do Copom neste ano, nestas terça e quarta-feiras, de modo a manterem a projeção de reduções gradativas até chegar aos 12% no final do ano que vem.

Mas, se o mercado está otimista quanto à continuidade do abrandamento da política monetária, o mesmo não se pode dizer quanto às previsões de recuperação da economia como um todo. De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, que publica o resultado da pesquisa, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas produzidas no país – cai mais um pouco: de 2,95%, na pesquisa anterior, para 2,94%.

Isso, apesar da ligeira recuperação, de 3,16% para 3,19%, na projeção de crescimento da produção industrial no ano, e da redução na previsão de equivalência da dívida líquida do setor público em relação ao PIB. De acordo com a simulação da pesquisa anterior, a relação dívida/PIB no encerramento deste ano seria de 50,35%. Projeção que melhorou agora para 50,30%, e deve cair para 49,10% no final de 2007.

A pesquisa manteve a projeção de US$ 45 bilhões para o saldo da balança comercial neste ano, e elevou para US$ 38 bilhões a previsão de saldo comercial (exportações menos importações) no ano que vem. Esse fluxo de comércio garante US$ 12 bilhões de superávit (saldo positivo) em conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior; e permite antever saldo em torno de US$ 5,5 bilhões em 2007.

São projeções de um cenário de mercado no qual a cotação do dólar norte-americano não ultrapasse R$ 2,16 no fechamento deste ano, com evolução até R$ 2,25 no final de 2007. Considera, também, que a entrada de investimento estrangeiro direto no setor produtivo chegue a US$ 15,86 bilhões neste ano, e aumente para US$ 16 bilhões no ano que vem.