Filipino vai para casa e Japão promete manter tropas no Iraque

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Publicado quarta-feira, 21 de julho de 2004 as 08:45, por: CdB

O governo japonês afirmou nesta quarta-feira que manterá seus soldados no Iraque, apesar das ameaças de um grupo ligado à Al Qaeda, depois que forças filipinas cederam às exigências de sequestradores e saíram do país para salvar a vida de um refém.

O motorista de caminhão filipino Angelo de la Cruz foi libertado nesta terça-feira depois de duas semanas como refém de militantes que ameaçavam cortar sua cabeça. Ele deve voar para Abu Dabi nesta quarta-feira para encontrar sua esposa antes de voltar para casa.

De la Cruz, de 46 anos, disse que foi bem tratado, mas que tinha medo de morrer. “Às vezes eu sentia que poderia não voltar à minha vida normal”, disse ele nesta terça-feira. “Mas eu recebi tratamento excelente deles, eles disseram que eu sou uma boa pessoa. É por isso, acho, que fui libertado”.

Em Tóquio, o vice-secretário de gabinete Masaaki Yamazaki disse que o Japão está verificando a credibilidade de um comunicado atribuído a um grupo liderado pelo militante islâmico Abu Musab al-Zarqawi, mas disse que a posição do país no Iraque continua a mesma.

O comunicado, divulgado nesta terça-feira em um site islâmico, ameaçou ataques contra o Japão a não ser que o país siga o exemplo das Filipinas e retire suas tropas do Iraque. Uma mensagem posterior desqualificou a advertência. “Para a reconstrução do Iraque, devemos continuar nosso apoio e não ceder ao terrorismo”, disse Yamazaki em entrevista coletiva. O Japão mantém 550 soldados não-combatentes na cidade de Samawa, no sul do Iraque.

Os Estados Unidos ofereceram 25 milhões de dólares pela captura de Zarqawi, seu principal alvo militante no Iraque. Ele é considerado o mentor de uma série de sequestros e ataques contra estrangeiros. Washington insiste que sua coalizão continua forte apesar da decisão das Filipinas, Espanha, República Dominicana, Nicarágua e Honduras de retirar suas tropas do país árabe. 

Um soldado norte-americano morreu e seis ficaram feridos na explosão de um bomba à margem de uma estrada durante uma patrulha nesta quarta-feira em Duluiya, a 70 quilômetros ao norte de Bagdá, disse um porta-voz militar.

Dois soldados e um fuzileiro naval foram mortos em ação na província de Anbar, a oeste de Bagdá, nos últimos dois dias. As mortes elevam a pelo menos 660 o número de soldados dos EUA mortos no Iraque desde o início da invasão, em março do ano passado, para derrubar Saddam Hussein.

Um policial iraquiano morreu e quatro ficaram feridos em Kirkuk, norte do país, em um ataque a bomba durante a noite, disse a Guarda Nacional. Em Baquba, norte de Bagdá, uma bomba feriu quatro policiais nesta quarta-feira, disseram autoridades.