Filho de casal gay espancado até a morte é enterrado em SP

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado terça-feira, 10 de março de 2015 as 14:18, por: CdB

 

O estudante Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, morreu, na tarde desta segunda-feira
O estudante Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, morreu, na tarde desta segunda-feira

O estudante Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, morreu, na tarde desta segunda-feira, onde estava em coma desde a semana passada, após ser espancado na porta de uma escola pública na Vila Jamil, em Ferraz de Vasconcelos, em São Paulo.

O adolescente foi agredido na última quinta-feira por ser filho de um casal gay, de acordo com um dos pais, Márcio Nogueira que conversou com o portal R7.

– Eu não sabia que meu filho sofria preconceito por ser filho de um casal homossexual. O delegado que nos informou. Estamos tristes e decidimos divulgar o que aconteceu para que isso não se repita com outras crianças, disse Nogueira.

De acordo com Márcio, estudantes  comentaram que houve uma briga e cinco adolescentes agrediram seu filho em um “corredor da morte”.

Durante velório do filho, nesta terça-feira no cemitério do Cambiri, em Ferraz de Vasconcelos, Nogueira disse que bateram no adolescente no corredor onde ficam alunos de um lado e de outro agredindo em quem passa. Eles disseram que ele subiu para a sala de aula e começou a passar mal. Abriu a porta e saiu gritando ‘vou morrer, vou morrer, eu não quero morrer. Me ajuda, me socorre.’ Foi a hora em que me chamaram na escola”, relatou.

O portal  G1 tentou contato desde a noite de segunda-feira com o delegado Eduardo Boigues Queiroz para saber como estão as investigações, mas ainda não conseguiram informações.

De acordo com a polícia, Peterson se envolveu em uma confusão após ser alvo de agressões verbais. O jovem era alvo de chacotas de um grupo de estudantes por ser filho adotivo de um casal gay e estudava na unidade de ensino desde os seis anos.

O caso é investigado pela Polícia Civil, mas a Secretaria Estadual de Educação e a Secretaria Estadual de Saúde negam a versão da família. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação disse que não há nenhum registro de agressão no interior da unidade onde o adolescente estudava.

Já a Secretaria Estadual de Saúde confirma que o adolescente deu entrada na última quinta-feira no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos com parada cardiorrespiratória e passou por um processo de reanimação. Exames feitos no garoto também constataram que ele teve hemorragia, mas não apresentava sinais externos de violência física.

Os pais do estudante afirmaram que vão entrar com um processo contra o Estado de São Paulo.

– Queremos que a justiça seja feita –  disse Márcio Nogueira.