O presidente cubano, Fidel Castro, completa nesta quarta-feira 77 anos, dos quais mais de 44 governando um dos últimos países comunistas do mundo. Castro, que nasceu em Birán (Holguín) no sudoeste do pais no dia 13 de agosto de 1926, comemorará seu aniversário num ano cheio de tensões para a ilha.
Dos problemas com a União Européia (UE), às tradicionais tensões com os Estados Unidos e as críticas da oposição interna se acrescentou nos últimos dias um novo elemento que pode dar mais do que uma dor de cabeça ao Governo cubano: a presença de Eloy Gutiérrez Menoyo no pais. O ex-comandante da revolução e lider do exílio moderado, anunciou de forma surpreendente na semana passada seu regresso a Cuba, depois de cerca de 20 anos no exílio, para fazer oposição “desde dentro”.
O antigo companheiro de causa de Castro, que pasou 22 anos em prisões cubanas por conspirar contra ele, assegura que não lhe tem rancor, mas que vem decidido a “reinventar” a revolução e criar um espaço legal para uma oposición “independente”. Gutiérrez Menoyo chegou à ilha alguns meses despois de que 75 dissidentes cubanos foram condenados a penas de até 28 anos de prisão, acusados de conspirar com os Estados Unidos, atentar contra a independência do Estado e socavar os princípios da revolução.
As condenações a opositores e os fuzilamentos em abril de três seqüestradores de uma embarcação de passageiros, desataram uma onda de críticas internacionais, em especial da União Européia, que em junnho aprovou um pacote de sanções políticas contra o Governo da ilha. Em resposta, Castro mobilizou mais de um milhão de pessoas em Havana em frente às embaixadas de Espanha e Itália, países que o líder cubano considera principais responsáveis pelo endurecimiento da política européia.
A UE ratificou sua postura e Fidel deu mais um passo ao anunciar, no passado 26 de julho, coincidindo com o dia da “revolta nacional” e o 50º aniversário do início da revolução, sua renúncia às ajudas ao desemvolvimento que concede anualmente a União Européia à ilha. Castro classificou de “migalhas” estas ayudas, e ratificou sua decisão, por escrito, há algumas semanas. Precisamente, sua presença no quartel de Moncada, nos atos oficiais convocados pelo dia 26 de julho em Santiago de Cuba, dissiparam os rumores decorrentes sobre o estado de saúde do presidente cubano.