Felipão vê dedicação do time atual como semelhança com 2002

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quinta-feira, 12 de junho de 2014 as 10:47, por: CdB
Felipão espera repetir o feito de 2002, quando levou a seleção ao pentacampeonato
Felipão espera repetir o feito de 2002, quando levou a seleção ao pentacampeonato

Luiz Felipe Scolari acredita que o grupo atual tem o comprometimento e a dedicação como semelhanças com aquele time que conquistou o título na Copa do Mundo de 2002, e apontou o atacante Neymar como um dos exemplos. Na estreia do Brasil no Mundial em casa, diante da Croácia, em São Paulo, Felipão comparou as duas equipes dirigidas por ele.

– Essa seleção e aquela de 2002 coletivamente são parecidas. Existiu muita dedicação de muitos atletas de modificarem algumas situações táticas para ajudar a seleção em 2002 e essa também é uma seleção que, em determinadas situações, faz algumas coisas diferentes em prol da equipe – disse Felipão, ao lado de Neymar, em entrevista coletiva na Arena Corinthians, local da partida inaugural.

– Um deles é este que está ao meu lado – afirmou o treinador, explicando que o forte de Neymar em campo “não é a marcação, mas ele tenta fazer, motiva-se para ajudar a equipe”.

Felipão acredita não ter mudado nos últimos 12 anos. De estilo agregador, o treinador costuma unir os grupos em que trabalha. Não à toa o time de 2002 ficou conhecido como “família Scolari”, definição que o técnico rejeita para o time atual.

– Eu tento ser o treinador que sempre fui, nunca fiz diferente… acho que sou uma mistura de pai, tio, amigo, aquela pessoa que de vez em quando tem que falar um pouco mais alto… e que toma decisões – afirmou.

Ainda criança em 2002, Neymar disse que o Mundial do Japão e da Coreia do Sul é o que ele tem as melhores lembranças e confessou que imitou o estilo de cabelo “cascão” do ex-atacante Ronaldo, artilheiro daquela Copa. Para ele, é um “honra” trabalhar agora com Felipão.

Principal jogador do Brasil, o atacante do Barcelona, de 22 anos, dividiu as responsabilidades com seus companheiro para a Copa de 2014 e disse que “não joga sozinho”.

Segundo Felipão, Neymar faz isso “com o coração”. “Eu espero que o Neymar seja mais um, que ele, conhecendo como eu conheço, sei que está passando essa mensagem de coração, mas sendo o craque que é, sempre vai fazer a diferença”.

“Tristeza” por mortes na família

Após a morte de dois parentes recentemente, Felipão afirmou que o trabalho com o grupo de jogadores da seleção brasileira lhe dá forças para suportar a tristeza.

Na terça-feira, um sobrinho dele morreu num acidente de carro em Passo Fundo (RS), poucos dias depois do falecimento de um cunhado também no Rio Grande do Sul.

– A vida segue. Faz–se aquilo que a gente tem que fazer normalmente e depois seguimos em frente… Eu encontro forças no trabalho deste pessoal, que se dedica, e isso tudo faz com que a gente, mesmo numa situação de tristeza, olhe aquilo de maravilhoso que está acontecendo – disse.

Antes do início da entrevista, Felipão agradeceu as mensagens de apoio à seleção enviadas pela presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB nas eleições presidenciais de outubro, além dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.

– A todos esses e a todos os brasileiros eu quero dizer: ‘chegou a hora e vamos todos juntos, chegou o nosso Mundial’.

Apesar de admitir que está ansioso para a estreia na Copa, o técnico garantiu que não perderá sua noite de sono e fez até uma brincadeira.

– Eu já disse 100 vezes… eu durmo bem. Outras coisas não sei se faço bem, mas durmo bem – disse ele, revelando que não pensa ainda nos futuros adversários do Brasil depois da estreia com a Croácia. Na primeira fase, o time enfrentará também México e Camarões.

– Eu penso no jogo de amanhã, como falamos ontem e anteontem… Temos sete degraus (partidas). Não podemos saltá-los. O primeiro degrau é amanhã e depois são mais seis.