Fahrenheit 9/11 lidera a bilheteria

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Publicado segunda-feira, 28 de junho de 2004 as 13:32, por: CdB

O documentário de Michael Moore “Fahrenheit 9/11,” carregado com críticas ao presidente George W. Bush, faturou em seus três primeiros dias de exibição na América do Norte mais do que o arrecado pelo filme anterior do cineasta durante todo o tempo em que ficou em cartaz.

Segundo estimativas divulgadas no domingo, “Fahrenheit 9/11” está em primeiro lugar nas bilheterias, com cerca de 21,8 milhões de dólares em ingressos vendidos nos Estados Unidos e Canadá desde o dia 25 de junho.

No total, o filme já tem um faturamento de 21,96 milhões de dólares, por conta de uma pré-estréia na quarta-feira passada em dois cinemas de Manhattan, na tentativa de ampliar a divulgação antes de que entrasse em cartaz em apenas 868 salas dois dias depois –os cinco outros filmes do ranking estão sendo exibidos hoje em mais de 2.500 salas.

O filme anterior de Moore, “Tiros em Columbine,” que conquistou o Oscar do ano passado de melhor documentário, faturou aproximadamente 21,5 milhões durante nove meses de exibição em cerca de 250 salas de cinema, de acordo com o cineasta.

A soma é um recorde para documentários. “Esses números são enlouquecedores,” disse Moore durante uma entrevista coletiva. “E o fato de todas as previsões de que o filme falaria a apenas uma platéia e que seriam aqueles que não gostam de Bush, acho, acabou não se tornando realidade.”

Na verdade, “Fahrenheit 9/11” tem tido grande público em cidades grandes e pequenas, tanto em redutos democratas quanto republicanos, disse Tom Ortenberg, presidente de distribuição da Lions Gate Films, uma das empresas que apoiaram o filme.

BOAS CRÍTICAS

De acordo com uma pesquisa realizada em 15 cidades, 91 por cento dos espectadores consideraram o filme “excelente,” enquanto 93 por cento disseram que “com certeza recomendariam” o documentário. Para Ortenberg, os resultados são os melhores que ele já viu. O público principal do filme tem idade entre 25 e 34 anos, acrescentou o produtor.

A Lions Gate, uma unidade da Lions Gate Entertainment Corp, bancou a distribuição do filme em associação com a IFC Films, unidade da Rainbow Media Holdings LLC, do grupo Cablevision Systems Corp., e com os co-presidentes da Miramax Harvey e Bob Weinstein.

Os irmãos Weinstein compraram os direitos do filme com o dinheiro de próprio bolso depois que a Walt Disney Co., controladora da Miramax, decidiu não distribui-lo sob a marca da empresa.

A disputa com a Disney, que veio a público no início de maio, semanas antes de “Fahrenheit 9/11” conquistar a Palma de Ouro de Cannes, ajudou a atrair um número sem precedentes para um filme de orçamento modesto (6 milhões de dólares), em comparação com os padrões da indústria cinematográfica dos EUA.

dar ainda mais publicidade ao filme, feito com um orçamento de 6 milhões dólares — muito inferior aos padrões norte-americanos.

Enquanto Moore disse anteriormente que o filme contribuiria para a derrota de Bush na eleição de novembro, ele reduziu o tom durante a entrevista coletiva, afirmando esperar que “Fahrenheit 9/11” inspire um grande número de pessoas que não costumam votar a serem “participantes ativos de nossa democracia.”

De maneira semelhante, Moore também se contradiz sobre os planos para a divulgação da versão em DVD do filme em outubro. “Nenhum acordo foi feito sobre isso,” afirmou.

Porém, uma coisa é certa. A disputa para o Oscar ficou mais acirrada, com “Fahrenheit 9/11” ao lado da “Paixão de Cristo,” de Mel Gibson, entre os principais concorrentes.