O exército israelense “lamentou profundamente” o bombardeio de um de seus helicópteros que hoje, quarta-feira, matou dez civis palestinos na cidade de Rafah, e classificou o fato de “grave incidente”.
“O incidente de hoje em Rafah é muito grave e as Forças de Defesa de Israel expressam seu profundo pesar pela perda de vidas civis”, diz o exército em um comunicado divulgado esta tarde.
O ataque foi no sul da Faixa de Gaza, zona em que o exército israelense realiza uma vasta operação militar desde ontem, terça-feira.
Testemunhas palestinas denunciaram que durante uma manifestação de civis, um helicóptero Apache disparou entre três e quatro mísseis matando dez pessoas e ferindo mais de cinqüenta.
Outras quatro pessoas morreram pela amanhã no mesmo lugar por disparos de atiradores de elite do exército, o que eleva para 14 as vítimas do dia neste local.
Diante da onda de críticas dentro e fora de Israel, o exército assegura na nota de imprensa que o ataque não foi intencional.
“Em nenhum momento se abriu fogo de forma intencional contra civis”, diz o comunicado.
Apesar de testemunhas falarem em quatro foguetes, o exército só reconhece que o helicóptero disparou “um único míssil” como “sinal de advertência” e “contra uma área descampada”.
O exército reconhece ainda que os helicópteros também soltaram ao ar “sinalizadores para dissuadir os manifestantes” de se aproximar de posições militares, e como eles continuaram avançando, também efetuaram “disparos de metralhadora contra um muro de uma estrutura abandonada”.
Depois, um tanque disparou contra o mesmo imóvel “quatro projéteis de artilharia”.
O exército não explica em nenhum momento o trágico balanço de mortos e feridos e sugere que “as vítimas poderiam ter sido causadas pelos projéteis de tanque”, embora “os detalhes do incidente ainda sejam investigados”.
A nota também cogita a possibilidade de o incidente ter sido causado por explosivos abandonados ou enterrados pelas milícias palestinas.
“O cenário do incidente é uma zona de combate e de freqüentes tiroteios. A estrada foi semeada com cargas explosivas colocadas pelos palestinos. O exército não limpou ainda a área destes explosivos”, conclui a nota à imprensa.
O governo israelense ainda não divulgou nenhuma reação sobre os fatos.