Exército israelense mata 12 palestinos em Gaza

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Publicado quarta-feira, 26 de julho de 2006 as 10:04, por: CdB

Forças israelenses mataram, nesta quarta-feira, 12 palestinos, entre os quais sete militantes e uma menina de 3 anos de idade, em combates ocorridos na Faixa de Gaza, disseram testemunhas e equipes médicas.

Israel intensificou os ataques aéreos e lançou ofensivas contra a Faixa de Gaza depois da captura de um soldado por militantes, no dia 25 de junho, e em meio ao disparo de foguetes contra seu território. As Forças Armadas mataram 133 palestinos até agora. Cerca de metade deles eram civis.

O Estado judaico continua com a ofensiva na Faixa de Gaza ao mesmo tempo em que abriu uma segunda frente de batalha no sul do Líbano, depois da captura, ali, de dois soldados pela guerrilha Hizbollah, no dia 12 de julho.

Até agora, os militares não conseguiram fazer cessar os ataques realizados a partir do território palestino com foguetes de fabricação caseira.

Entre os mortos nos ataques de quarta-feira, estavam seis integrantes do grupo islâmico Hamas, atualmente no controle do governo palestino, e um membro do grupo Jihad Islâmica. As duas organizações defendem a destruição do Estado judaico.

Equipes médicas afirmaram que uma menina de 3 anos e outros quatro civis palestinos foram mortos na quarta-feira. Ao menos 45 pessoas ficaram feridas, entre os quais um câmera da TV palestina.

O Exército de Israel, que saiu da Faixa de Gaza em 2005 após 38 anos de ocupação, afirmou ter realizado ataques contra homens armados. Ao menos 30 tanques e outros veículos blindados avançaram mais de 2 quilômetros no norte da região, durante a noite.

Os soldados entraram em choque com militantes nas proximidades de Jabalya, um reduto do Hamas.

Aviões não-tripulados cortavam os ares, disparando mísseis contra militantes assim que esses apareciam nas ruas, contaram testemunhas palestinas.

Troca de prisioneiros

Nesta quarta-feira, Israel também bombardeou os escritórios usados por uma força do Hamas na cidade de Gaza. O Exército destruiu vários prédios da administração palestina, que acusa o Estado judaico de tentar depor um governo eleito democraticamente.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, rejeitou as exigências feitas pelos militantes de trocar palestinos mantidos presos em Israel pelo cabo Gilad Shalit, mas disse que pode considerar essa opção mais tarde, a fim de ajudar o presidente palestino, Mahmoud Abbas, um político moderado.

– Se eu libertar prisioneiros no futuro, isso só seria feito por meio de negociações com Abbas, tendo em vista os esforços para fortalecê-lo aos olhos dos palestinos. Mas ainda não chegou a hora de libertar os prisioneiros – afirmou o premiê, segundo o YNET News.

A ofensiva aumentou as pressões sobre o Hamas, que já enfrentava dificuldades devido à suspensão do envio de ajuda para o governo palestino.

As potências ocidentais responsáveis por essa ajuda desejam que o grupo militante reconheça o direito de existir de Israel, renuncie à violência e aceite os acordos de paz já firmados.

Mushir al-Masri, um parlamentar do Hamas cujo gabinete foi destruído em uma explosão no começo do mês, afirmou que Israel fracassaria.

– As experiências do passado mostraram que os assassinatos e a destruição contra nosso povo alimentarão apenas a determinação e a resistência – disse Masri, repetindo que Shalit seria libertado somente como parte de uma troca de prisioneiros.