Exército israelense derruba casa do suicida de Tel Aviv

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Publicado terça-feira, 2 de novembro de 2004 as 09:53, por: CdB

O exército israelense demoliu, na madrugada desta terça-feira, a casa da família de Amar Alfar, o suicida palestino que causou a morte nesta segunda-feira de duas mulheres e de um homem no mercado de Tel Aviv, além de deixar por volta de 40 feridos.

A operação incluiu também a destruição das casas das duas pessoas que treinaram Alfar e aconteceu depois da morte de quatro palestinos nessa segunda-feira, entre estes um menino, na Cisjordânia.

Alfar, de 16 anos, da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) foi o mais jovem suicida a atacar objetivos em Israel desde que, há mais de quatro anos, começou a ‘Intifada’
contra a ocupação militar na Cisjordânia e em Gaza.

Fontes militares informaram da demolição das casas dos militantes da FPLP que enviaram Amar a Tel Aviv, Isham Hanani, da aldeia de Beit Furik, e Isham Kadi, da de Uyib. Não se informou de incidentes durante a demolição das três casas, um castigo coletivo que afeta todos seus familiares.

O suicida surpreendeu seus parentes. Sua mãe disse aos jornalistas que ele saiu de casa às sete e meia da manhã sem dizer aonde ia. Ao responsabilizar-se pelo ataque, a FPLP informou que Alfar tinha 18 anos.

Depois do atentado no mercado Carmel, forças do exército israelense mataram quatro palestinos no distrito cisjordaniano de Nablus, onde fica o campo de refugiados de Askar, de onde o suicida era.

Entre os mortos, segundo fontes palestinas, estavam Bashar Jabara, de 12 anos, também do campo de Askar, e Majdi Marei, de 25 anos, procurado pelos órgãos israelenses de segurança e ultimado por comandos israelenses de elite na cidade de Nablus.

Fontes palestinas indicaram que Jabara morreu em meio a um tiroteio nesse campo de refugiados, mas o exército israelense desmentiu que estivesse em operações no local. Marei e um cúmplice morreram no bairro de Yasmin, em Nablus, onde foram surpreendidos pelos soldados que atiraram quando eles sacavam suas pistolas, segundo fontes militares.

O tiroteio atraiu outros milicianos da resistência, agregaram, e durante um enfrentamento armado, um terceiro palestino armado morreu e dois ficaram feridos. Outro ativista procurado foi detido, agregaram as fontes israelenses. Os soldados israelenses deixaram a área sem baixas.

Segundo órgãos de segurança, Marei foi quem, em março passado, enviou dois menores palestinos, Bilal Abdo e Abdala Kuran – um com um ‘colete explosivo’ e outro com explosivos em suprimentos- para imolar-se na barreira de controle de Hauara.

Os menores foram detidos antes de ativar os explosivos. Bilal Abdo teve o colete retirado por artífices militares diante das câmeras. Abdala ignorava que um dos pacotes que costumava passar de um lado para o outro dessa barreira de controle -seu meio de vida- ocultava uma carga de dinamite.

Marei se salvou em setembro passado e conseguiu fugir, embora ferido, em meio a uma operação de comandos navais israelenses que mataram quatro milicianos da Al Fatah em Nablus.