Ex-diretores dos Correios são afastados

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Publicado sexta-feira, 17 de junho de 2005 as 13:32, por: CdB

Após serem nomeados na segunda-feira, os ex-diretores dos Correios, Maurício Coelho Madureira e Eduardo Medeiros de Morais foram, finalmente, afastados nesta sexta-feira pelo ministro das Comunicações, Eunício Oliveira. Ambos, ligados ao PT, foram  exonerados semana passada, após a demissão de toda a diretoria da estatal, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na quinta, ao saber das nomeações pela imprensa, a assessoria do ministro informou que a nomeação era um assunto interno dos Correios. Na manhã desta sexta, no entanto, a assessoria comunicou o afastamento dos ex-diretores.

A nomeação para consultorias técnicas da diretoria está prevista no manual de pessoal da empresa. No entanto, após avaliar o episódio, o ministro considerou que não seria adequado manter como consultores da diretoria os ex-diretores afastados justamente para facilitar as investigações de corrupção em cargos ligados à diretoria.

Segundo o Ministério das Comunicações, Maurício Madureira e Eduardo Medeiros de Morais, funcionários de carreira da estatal, deverão reassumir suas funções de administradores postais. Eles, que ganhavam salários de cerca de R$ 15 mil na diretoria da estatal, teriam seus ganhos reduzidos a aproximadamente R$ 10 mil nas consultorias. Como administradores postais, no entanto, os vencimentos dos técnicos estão entre R$ 5 mil e R$ 6 mil, segundo informações dos Correios.

A nomeação repercutiu mal no PMDB, partido do ministro. Os indicados pelo partido foram efetivamente afastados da estatal, por não serem funcionários de carreira, enquanto aqueles ligados ao PT foram remanejados para as consultorias, permanecendo com influência na estatal.

Em seu depoimento, terça-feira, no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse que a maior parte das denúncias de corrupção na estatal estariam ligadas à diretoria de Tecnologia, então ocupada por Eduardo Medeiros de Morais.

A estatal é a maior empregadora do país, com aproximadamente 108 mil funcionários. Ano passado, a empresa teve um faturamento de R$ 7,6 bilhões e despesas de R$ 7,3 bilhões, que resultaram em um lucro de aproximadamente R$ 300 milhões. Para este ano, a estatal tem previstos investimentos de R$ 565 milhões.