Ex-ajudante de ordens começa a transferir a culpa a Bolsonaro

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Publicado terça-feira, 23 de maio de 2023 as 16:24, por: CdB

Na análise do comentarista do canal norte-americano de TV CNN Marco Antonio Villa, as declarações de Cid equivalem a uma delação. Villa analisou o depoimento de Cid sobre o caso das joias apreendidas e lembra que o ex-ajudante de ordens disse, na ocasião, ter agido a mando de seus superiores.

Por Redação – de Brasília e São Paulo

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou novo depoimento à Polícia Federal, na véspera, ao delegado Adalto Machado, que ouviu o militar no âmbito de inquérito que investiga suposta apropriação indevida de joias e armas por Bolsonaro. Cid confirmou que o ex-presidente pediu para que pessoas próximas a ele tentassem retirar joias sauditas apreendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Bolsonaro,mauro cid
Bolsonaro e Mauro Cid desenvolveram uma relação de amizade, ao longo do mandato

Na análise do comentarista do canal norte-americano de TV CNN Marco Antonio Villa, as declarações de Cid equivalem a uma delação. Villa analisou o depoimento de Cid sobre o caso das joias apreendidas e lembra que o ex-ajudante de ordens disse, na ocasião, ter agido a mando de seus superiores.

Para Villa, Cid está com uma estratégia de, aos poucos, transferir a culpa dos crimes para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Presentes

— Cid foi sincero. Ele é um ajudante de ordens, ou seja, cumpre ordens de superiores. E isso pode ser uma estratégia, ao falar que ele só cumpre ordens de superiores e quem é o superior? Jair Bolsonaro. Ele está sutilmente transferindo a responsabilidade para Bolsonaro e pode caminhar, um pouco mais à frente, para uma delação premiada — comentou.

De acordo com Cid, Bolsonaro pediu pessoalmente a ele que apurasse a possibilidade de pegar os itens em dezembro de 2022. Além destas joias, Bolsonaro se apropriou indevidamente de outros itens, muitos já sob custódia da Justiça. Bolsonaro, no entanto, não poderia tomar posse destes itens, presentes de autoridades do Oriente Médio.

De acordo com juristas, a suposta ação pode ser classificada como criminosa, enquadrada em artigos como o de peculato, no Código Penal, além de enriquecimento ilícito na Lei de Improbidade Administrativa.

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