Líderes de igrejas pentecostais e neopentecostais têm adotado uma posição mais reservada, diferentemente da campanha aberta nas eleições passadas. Embora mantenham interlocução liberada com o Planalto, levando demandas por isenções tributárias, perdão de dívidas e maior espaço no governo, já preveem uma mudança no clima político do país.
Por Redação – de São Paulo
Diante das posições do presidente Jair Bolsonaro (PL), pastores que apoiaram sua eleição em 2018 já reveem suas posições e buscam se aproximar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Diálogos ouvidos por interlocutores dos religiosos, recentemente, apontam para uma retração significativa no segmento fundamental para a eleição do atual mandatário.
Líderes de igrejas pentecostais e neopentecostais têm adotado uma posição mais reservada, diferentemente da campanha aberta nas eleições passadas. Embora mantenham interlocução liberada com o Planalto, levando demandas por isenções tributárias, perdão de dívidas e maior espaço no governo, já preveem uma mudança no clima político do país.
Um exemplo destes novos tempos está na recente declaração do pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder da Assembleia de Deus, à mídia conservadora. Ele afirmou “ter simpatia” por Bolsonaro, mas admitiu que não pedirá votos para ele neste ano. Além disso, adianta estar aberto para um diálogo com o vencedor, seja ele qualquer um. O pastor já foi próximo dos governos do PT, mas apoiou Bolsonaro em 2018.
‘Zumbis’
Sobre o papel dos evangélicos no atual período eleitoral, escreveu o jornalista Celso Lungaretti, ex-guerrilheiro e exilado no período da ditadura militar, ao editor Rui Martins, do Direto da Redação, grupo de debates recebido nas páginas do Correio do Brasil:
“(Bolsonaro) nunca vai voltar a ter as chances golpistas que teve em 2019 e desperdiçou por nem de longe ser um verdadeiro líder ultradireitista, como Hitler, Mussolini e que tais. Não passa de um bufão e, como outros que deixaram a maré virar contra si (Jânio Quadros, Collor, Dilma, etc.), o tempo dos voos altos acabou para ele.
“Quanto aos zumbis evangélicos, são exatamente o que nós, da esquerda revolucionária, cansamos de escrever, afirmar e ridicularizar nas charges: pobres coitados dos quais, em tempos normais, os vendilhões do templo arrancam até o último centavo”.