Europa propõe fundo de US$ 4 bi para vacinação

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Publicado sexta-feira, 9 de setembro de 2005 as 16:57, por: CdB

O ministro da Economia da Grã-Bretanha, Gordon Brown, anunciou nesta sexta-feira os detalhes de um plano para financiar uma campanha mundial de vacinação nos países em desenvolvimento.

A campanha, com fundos de US$ 4 bilhões, tem como objetivo salvar até dez milhões de vidas de crianças nos próximos 20 anos. Ao lançar a campanha na cidade britânica de Manchester, ao lado de ministros de outros países da União Européia, Brown disse que US$ 4 bilhões seriam emprestados do mercado financeiro e pagos de volta com futuras parcelas dos orçamentos destinadas ao auxílio internacional.

Brown disse que é importante agir agora para garantir o cumprimento dos Objetivos do Milênio da Organização das Nações Unidas, um dos quais é a redução da mortalidade infantil em dois terços até 2015.

O novo fundo global de vacinação vai privilegiar o ataque a doenças como difteria, hepatite, tétano, pólio e febre amarela. As doenças que podem ser evitadas por meio de vacinação representam mais da metade de todas as enfermidades no mundo em desenvolvimento – nove vezes o nível dos países ricos.

A Grã-Bretanha destinará anualmente ao fundo US$ 130 milhões, a França, US$ 100 milhões, a Itália, US$ 30 milhões, a Suécia, US$ 15 milhões, e a Espanha, US$ 12 milhões. O fundo tem ainda o apoio do Banco Mundial e da fundação de caridade fundada por Bill Gates, dono da Microsoft, que prometeu US$ 750 milhões ao longo de dez anos.

Mas a oposição do governo americano ao fundo significa que seu alcance será bem menor do que o planejado originalmente. O presidente George W. Bush havia dito anteriormente que o programa não se encaixa com “o processo orçamentário” dos EUA.

Peter Hardstaff, do Movimento de Desenvolvimento Mundial, elogiou o programa de vacinação, mas criticou o esquema de financiamento.

– Nossa preocupação é que nos próximos anos nós acabemos usando o dinheiro de auxílio para pagar juros aos bancos ao invés de ajudar os pobres – disse. Para Hardstaff, seria melhor se o fundo fosse financiado diretamente pelos orçamentos governamentais.