Europa e Ásia pressionam Coréia do Norte na questão nuclear

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Publicado sábado, 7 de maio de 2005 as 13:47, por: CdB

Ministros do Exterior da Ásia e da Europa pediram neste sábado para que a Coréia do Norte volte, com urgência, “sem mais nenhuma demora,” às negociações sobre o seu programa de armas nucleares, no momento em que aumentam as preocupações de que o regime comunista esteja preparando um teste atômico.

Quase um ano já se passou desde que a terceira rodada de negociações sobre a crise, envolvendo seis países, terminou sem conclusões em Pequim.

Em fevereiro, a Coréia do Norte declarou possuir armas nucleares e anunciou o afastamento de forma indefinida da mesa de negociações, atitude que segundo os ministros do Exterior causam “preocupação profunda.”

“(Os ministros) pedem enfaticamente que com urgência a Coréia do Norte volte à mesa de negociações sem mais nenhuma demora,” diz um comunicado divulgado ao final Fórum Ásia-Europa (Asem, na sigla em inglês), que durou dois dias. O texto pede também que o regime comunista tome uma “decisão estratégica” e busque a “desnuclearização da península coreana de maneira pacífica e pelo diálogo.”

O Asem conta com 38 países, responsáveis por 60 por cento do comércio muncial, e é um dos poucos fóruns internacionais que não tem a participação dos Estados Unidos.

As negociações sobre o programa nuclear norte-coreano estavam se dando com a participação de seis países: as duas Coréias, os Estados Unidos, Japão, Rússia e China. A terceira rodada desse diálogo ocorreu em junho de 2004.

Durante o encontro do Asem, os ministros do Exterior do Japão, da China e da Coréia do Sul discutiram o tema e concordaram que as negociações precisam ser retomadas o mais rápido possível.

Espera-se que o Japão pressione a China para que Pequim tente convencer o regime comunista norte-coreano a voltar ao diálogo.

Segundo uma fonte diplomática, porém, a China está ficando cada vez mais irritada com esse tipo de pressão. “A posição da China é que ela vai trabalhar por sua própria iniciativa, e não de acordo com a pressão dos outros,” afirmou esse diplomata.

Neste sábado, o jornal norte-americano Washington Post divulgou que a China recusou um pedido dos Estados Unidos para cortar o suprimento de petróleo para a Coréia do Norte.

Um dia antes, uma autoridade da Defesa dos Estados Unidos afirmou que imagens de um satélite espião mostraram que poderia estar havendo preparativos para um teste nuclear subterrâneo na Coréia do Norte.

O governo norte-americano tem deixado claro que vai analisar a possibilidade de levar o tema ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que poderia acarretar em sanções contra a Coréia do Norte, se o regime comunista continuar a evitar o diálogo.

Os norte-coreanos já disseram que sanções se equivaleriam a uma declaração de guerra.