EUA recuam estrategicamente em censura na China

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Publicado sexta-feira, 11 de abril de 2003 as 17:50, por: CdB

Em um recuo estratégico, os EUA decidiram não apresentar uma resolução criticando os abusos contra os direitos humanos na China durante a assembléia anual da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, afirmou nesta sexta-feira o Departamento de Estado.

O porta-voz Richard Boucher atribuiu à China “alguns progressos limitados, mas significativos”, na proteção dos direitos humanos, incluindo a libertação de certo número de prisioneiros políticos.

A decisão ocorre duas semanas depois de o relatório anual do Departamento de Estado sobre direitos humanos ter denunciado contínuos abusos na China.

Entre os abusos, o relatório citou execuções extrajudiciais, tortura e maus tratos de prisioneiros, confissões forçadas, detenções e prisões arbitrárias, atraso na comunicação de detenções e julgamentos sem o adequado direito a defesa.

Ao mesmo tempo, o informe creditou ao governo chinês alguns passos positivos, incluindo a libertação de certo número de proeminentes dissidentes e a permissão para que importantes representantes do Dalai Lama visitem o país.

Dias após a divulgação do relatório, a China deu uma áspera resposta ao informe, dizendo que a crítica de Washington visava minar a estabilidade do país e promover a divisão de seu território.

O escritório em Pequim do Conselho Estatal de Informação considerou o informe uma coleção amadorística de distorções e rumores e disse que ele foi forjado por “forças anti-China que não querem admitir a existência de um Estado cada vez mais saudável e desenvolvido”.

Os EUA habitualmente apresentam uma resolução sobre os direitos humanos na China na reunião anual de seis semanas, como a que se realiza atualmente em Genebra.

Devido às gestões diplomáticas da China, tal resolução nunca foi aprovada em Genebra.