EUA evitam criticar decisão de Musharraf de continuar como chefe do Exército

O Departamento de Estado dos EUA deixou de expressar alguma objeção na segunda-feira à decisão do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, de continuar como chefe do Exército, apesar de sua promessa de abandonar o posto no final do ano.

A ausência de críticas dos Estados Unidos ao líder paquistanês, que chegou ao poder após promover um sangrento golpe em 1999, parece refletir o desejo americano de manter o apoio à guerra contra o terror liderada pelos EUA que começou com a derrubada do Talibã no Afeganistão em 2001.

Musharraf enviou tropas paquistanesas para ajudar na caçada ao líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, nas regiões tribais ao longo da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão. Na sexta-feira ele anunciou em uma entrevista a uma emissora de rádio que vai continuar como chefe do Exército.

No ano passado, como parte de um acordo com partidos islâmicos, o presidente do Paquistão prometeu abandonar o uniforme militar até o final de 2004 em troca do apoio às mudanças constitucionais que legitimaram seu mandato como presidente e ampliaram seu poder.

O porta-voz do Departamento de Defesa, Richard Boucher, evitou comentar diretamente a decisão de Musharraf de romper o acordo firmado e enfatizou seu apoio à democracia no Paquistão, que vem sendo comandada por generais alinhados com os EUA desde a independência do país da Grã-Bretanha em 1947.