A Coréia do Norte acusou neste sábado os Estados Unidos de promoverem vôos de espionagem como preparação para uma guerra, no mesmo momento em que o novo presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, externou sua intenção de trabalhar por um fim pacífico para a crise nuclear que abala a península coreana.
“Os imperialistas americanos realizaram mais de 180 incursões de espionagem aérea em fevereiro, mobilizando aviões de reconhecimento estratégico e tático em diferentes missões”, afirmou a agência de notícias oficial KCNA, citando fontes militares.
A agência afirmou que um avião de reconhecimento estratégico RC-135, aeronave usada para sondar as defesas aéreas soviéticas durante a Guerra Fria, ingressou ilegalmente no espaço aéreo sobre águas territoriais do mar do Leste (mar do Japão) quase todos os dias desde 21 de fevereiro e voou por horas para espionar grandes alvos na costa leste.
Segundo a agência KCNA, outros vôos de espionagem foram realizados por um avião U-2 e por uma aeronave de reconhecimento EP-3.
As forças militares dos Estados Unidos teriam ainda mobilizado pelo menos 130 aviões em 25 de fevereiro para fazer manobras na Coréia do Sul, afirmou a agência. O comando militar americano em Seul não foi encontrado para comentar o assunto.
As tensões sobre os supostos planos nucleares da Coréia do Norte aumentaram na quarta-feira (26), depois que Washington, citando fotografias de satélite, afirmou que cientistas norte-coreanos ativaram um reator que estava desativado desde 1994, ao norte de Pyongyang.
Autoridades americanas e fontes do Congresso afirmaram, mais tarde, que os cientistas também estão preparando uma fábrica de reprocessamento de plutônio no mesmo complexo e podem colocá-la para funcionar como uma fonte de material para a fabricação de armas em um mês.
O presidente sul-coreano disse neste sábado à população de 48 milhões de habitantes que é “firmemente contra” a suposta movimentação norte-coreana para construir armas nucleares. “Esse é um assunto que devemos resolver imediatamente.”
Ele deixou claro, no entanto, que vai procurar uma solução pacífica, afirmando que seu principal objetivo é manter os sul-coreanos seguros.