Estudante iraniano morre após ser torturado em presídio

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Publicado segunda-feira, 2 de janeiro de 2023 as 13:52, por: CdB

O rapaz foi detido por participar dos protestos contra o governo do país e que pedem mais liberdade para as mulheres, iniciados em setembro do ano passado após a morte da jovem Mahsa Amini, 22 anos, sob custódia da chamada polícia da moral e dos bons costumes.

Por Redação, com ANSA – de Teerã

Um jovem de cerca de 30 anos chamado Mehdi Zare Ashkzari morreu no Irã durante o fim de semana após passar 20 dias em coma por conta das torturas que sofreu na prisão, informa a seção italiana da ONG Anistia Internacional.

Ashkazari morreu após ser torturado no Irã

O rapaz foi detido por participar dos protestos contra o governo do país e que pedem mais liberdade para as mulheres, iniciados em setembro do ano passado após a morte da jovem Mahsa Amini, 22 anos, sob custódia da chamada polícia da moral e dos bons costumes.

Ashkzari havia estudado na Universidade de Bolonha e sua morte foi lamentada no país europeu.

– Ele era um de nós. Era conhecidíssimo, muitos foram seus amigos, comiam pizza com ele. Estava sempre sorridente – disse a iraniana Sanam Naderi à ANSA, também ela estudante da mesma instituição.

Segundo a Universidade, Ashkzari começou as aulas em 2015 e chegou a trabalhar em uma pizzaria local para pagar seus estudos. Ele voltou para o Irã há cerca de dois anos para ficar próximo à mãe, que estava doente e que faleceu pouco depois.

Manifestações

Outro amigo, Ali Jenaban, relatou que sua última conversa com o iraniano foi tranquila e que ele “relatou que estava feliz e participava das manifestações por mais liberdade”.

– Nós só soubemos da morte no sábado à noite porque os familiares não nos contaram nada para poder fazer o funeral, porque o regime não ia liberar o corpo – pontuou ainda.

Desde o início dos protestos, ONGs locais estimam que mais de 500 pessoas morreram durante as manifestações. A ONU, por sua vez, aponta que mais de 14 mil pessoas foram detidas por participarem dos atos, sendo que dezenas já foram condenadas à morte por isso.

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