Estiagem ainda não foi percebida nos preços

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Publicado sexta-feira, 8 de abril de 2005 as 11:49, por: CdB

Apesar da estiagem, tanto no Sul quanto no Centro-Oeste, os preços de alimentos ainda não sofreram no varejo. No IPCA, o item alimentação recuou de 0,49% em fevereiro para 0,26% em março, graças ao impacto favorável do dólar mais baixo. Segundo o IBGE, no entanto, o efeito do câmbio já pode ser verificado em várias commodities. A farinha de trigo foi um dos ítens que teve queda de 1,50% em março; e o pão francês de 1,55%; o macarrão recuou 1,18% e o óleo de soja, 1,01%.

No Rio Grande do Sul, com a estiagem, as perdas chegam a R$ 6 bilhões, conforme estudo da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) com base na quebra da safra, aumento de impostos e a valorização do real frente ao dólar. Segundo o presidente da entidade, Renan Proença, a estimativa é de que somente a queda no valor da produção de soja, milho e arroz atinja R$ 4,3 bilhões. Ele destacou que as regiões gaúchas mais afetadas são a noroeste (soja e milho) e sudoeste (arroz).

De acordo com o documento, que revisa as perspectivas para 2005 apresentadas pela Fiergs em dezembro último, a queda no Produto Interno Bruto (PIB) do estado, devido à estiagem, está em torno de R$ 2,9 bilhões. “A redução dos empregos diretos é de 21 mil e ainda há a diminuição na renda do campo que deverá prejudicar o plantio futuro”, explicou Proença.

O aumento da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado representará uma transferência de renda da sociedade para o setor público estimada em R$ 711 milhões, calcula a Fiergs, “o que diminui a competitividade das empresas gaúchas”. Proença destacou ainda que a valorização do real deverá causar perdas em torno de R$ 1 bilhão, se ficar em torno de 7% (R$ 2,72) a 10% (R$ 2,63) em média . “As indústrias que exportam muito e importam pouco – como fumo, couros e peles, madeira, calçados e vestuário – são as mais afetadas”, garantiu.