Estado revitaliza lagoas de Piratininga e Maricá

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Publicado terça-feira, 25 de abril de 2006 as 11:34, por: CdB

O governo do estado vai retomar duas importantes obras de recuperação ambiental do sistema lagunar: as das lagoas de Piratininga, em Niterói, na Região Metropolitana, e de Maricá, na Região das Baixadas Litorâneas. A Serla (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas), vinculada à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, anunciou que a primeira será retomada no início do próximo mês e a segunda no meio do ano.
 
A segunda fase das obras na Lagoa de Piratininga está orçada em R$ 8,5 milhões e inclui a complementação de um túnel, de 300 metros, com cinco metros de largura por 4,5 metros de altura, que vai restabelecer a antiga ligação da lagoa com o mar; a instalação do novo sistema de comportas do Canal de Camboatá, que vai controlar a entrada da água do mar; e a dragagem da lagoa, da qual serão retirados 180 mil metros cúbicos de assoreamento.
 
A abertura do túnel, com 700 metros de extensão, na Pedra de Piratininga, conta com investimento federal de R$ 2 milhões, recebido da ANA (Agência Nacional de Águas), e contrapartida do governo do estado de R$ 500 mil. O complexo lagunar de Piratininga tem 4,4 quilômetros quadrados, sendo 1,2 quilômetro quadrado da Lagoa de Itaipu e 3,2 quilômetros quadrados da Lagoa de Piratininga. Já foram investidos mais de R$ 14 milhões no complexo Piratininga-Itaipu.
 
Em junho é a vez de o governo do estado dar andamento ao projeto de revitalização do complexo lagunar de Maricá. As obras dessa fase incluem a recuperação das pontes Preta e Bambuí, com galerias para melhorar a passagem da água. O projeto vai tornar as lagoas navegáveis, com a construção de um molhe no Canal de Ponta Negra, com sua devida dragagem. Esse último atende a um pedido feito pelos pescadores da região, que reivindicavam a dragagem do Canal de Ponta Negra, pois não conseguiam sair com os barcos.
 
O complexo lagunar de Maricá é um dos maiores do estado, abrangendo Itaboraí, Guapimirim, Maricá, Niterói, São Gonçalo, Tanguá e parte de Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e Magé. Segundo o prefeito de Maricá, Ricardo Queiroz, esse projeto vai ter um impacto positivo muito grande na cidade, uma vez que vai transformar as lagoas num atraente ponto turístico e pesqueiro.
 
A revitalização das lagoas de Piratininga e de Maricá não é uma obra isolada, mas parte da recuperação do complexo de lagoas em toda região costeira do estado. Por meio do Programa Estadual de Recuperação de Rios e Lagoas, o Estado do Rio está passando pela maior intervenção de sua história, com investimentos de R$ 80 milhões na recuperação dos sistemas lagunares, incluindo ainda os da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, e os de Saquarema e de Araruama, na Região dos Lagos.
 
A degradação ambiental das lagoas fluminenses ocorreu, sobretudo, em decorrência do lançamento de esgotos sem tratamento, do expressivo aporte de sedimentos, da reduzida renovação e circulação das águas e da invasão do espelho d’água e da FMP (Faixa Marginal de Proteção) com aterros e edificações.