Esposa de Aristide e suas filhas deixam o país

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Publicado sábado, 14 de fevereiro de 2004 as 09:24, por: CdB

Mildred Trouillot, esposa do presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, saiu nessa sexta-feira do país com destino a Fort Lauderdale (Flórida, EUA) junto com suas duas filhas e sua mãe.

Mildred Trouillot viajou para a Flórida, 50 quilômetros ao norte de Miami, com suas duas filhas mais novas, Christine, de sete anos, e Michaelle, de cinco, e sua mãe, cujo nome não foi divulgado.

A saída da esposa de Aristide, uma advogada haitiana nascida em Nova York, e de sua família na tarde de sexta-feira, mas nenhuma fonte oficial confirmou a versão.

A saída da esposa de Aristide e dos outros familiares aconteceu horas depois do seqüestro por desconhecidos de Luigi Leroy, de 14 anos, quando chegava ao colégio San Luis, em Porto Príncipe.

Leroy é filho de Matilde Flambert, ex-ministra de Assuntos Sociais de Aristide na década de 1990 e tia da esposa de Aristide.

Pelo menos 50 pessoas morreram nas últimas semanas em distúrbios e manifestações de grupos da oposição, que exigem a saída do governo de Aristide, a quem acusam de ser o causador da crise econômica e social que o país vive.

A oposição assegura que controla várias cidades do Haiti, enquanto forças governamentais tentam levar novamente a ordem às ruas.

Uma missão da ONU, liderada pelo diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Guy Gauvreau, está em Porto Príncipe para aproximar as partes em conflito e tentar acalmar a situação.

No entanto, Gauvreau declarou que a insegurança é o maior problema enfrentado pelos órgãos de ajuda humanitária para prestar assistência à população haitiana.

Enquanto isso, a oposição, que convocou uma nova marcha para o próximo domingo em Porto Príncipe, criticou a visita de Gauvreau e de outros representantes da ONU por não reunir-se com algum membro dos grupos opositores a Aristide.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, e o ministro de Relações Exteriores da Jamaica, Keith Knigh, atual presidente da Comunidade Caribenha (Caricom) advertiram nessa sexta-feira em Washington que não aceitarão um novo Governo no Haiti que surja de um golpe de estado.

“Qualquer mudança no Haiti deve ser realizada por meios constitucionais”, disse o presidente do Caricom.