A Câmara dos Deputados irá sediar, nesta terça-feira, a 1ª Conferência de Áreas Contaminadas no Brasil. Durante o evento, técnicos do Ministério da Saúde irão apresentar um diagnóstico de áreas contaminadas no país, listando mais de 15 mil comunidades expostas à contaminação e aos problemas dela decorrentes.
O levantamento do ministério mostra casos notórios como os do aterro Mantovani e da Lagoa de Carapicuíba, em São Paulo, e outros menos conhecidos do grande público, como o do Posto Brazuca, em Sobradinho (DF), que sofreu vazamento em 2002 e contaminou, por meio da água, diversas famílias da região. Vítimas de contaminação de diversos estados brasileiros estarão presentes para falar sobre sua situação.
A conferência é promovida pela Defensoria da Água, um colegiado de instituições que atua em defesa da sociedade nas questões relativas à água, e terá a participação da coordenadora da Frente Parlamentar Mista da Aqüicultura e da Pesca, deputada federal Selma Schons (PT-PR), do coordenador-geral de Vigilância Ambiental em Saúde do Ministério da Saúde, Guilherme Franco Netto, e de representantes de vítimas de áreas contaminadas e do Ministério Público Federal.
Também são esperados representantes da Agência Nacional de Águas, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), da Unesco, do Instituto Ethos, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), além de prefeitos, pesquisadores, juristas e diversos parlamentares.
Solidariedade às vítimas
Ao final da conferência, será instalado o Comitê Nacional de Solidariedade às Vítimas de Áreas Contaminadas e aprovada uma recomendação para a realização das conferências estaduais e também um documento a ser encaminhado à Organização Mundial de Saúde (OMS).
Agricultores familiares que estarão presentes na conferência de áreas contaminadas vão protestar no Congresso Nacional contra decisão do Ministério Público de Goiás de investigar a marcha do Movimento dos Sem-Terra. O protesto, que será lido na abertura da conferência, consta textualmente do depoimento que será lido aos parlamentares e autoridades em nome do Comitê de Solidariedade às Vítimas de Áreas Contaminadas, relembrando diversos casos de contaminação em todo o país.
