Espanha e Holanda abrem Grupo B repetindo final de 2010

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Publicado sexta-feira, 13 de junho de 2014 as 11:41, por: CdB
Andrés Iniesta: craque espanhol é peça-chave no esquema tático do treinador Vicente del Bosque
Andrés Iniesta: craque espanhol é peça-chave no esquema tático do treinador Vicente del Bosque

Os espanhóis iniciaram a campanha de defesa do título mundial jogando nesta sexta-feira, em Salvador, contra o mesmo adversário da final da última Copa, a Holanda, num duelo vital para ambos. O primeiro clássico da Copa abre o Grupo B com uma partida que pode marcar o destino das duas seleções no torneio. Com a dureza da chave, completada por Chile e Austrália, cada erro pode custar a eliminação.

A “Roja”, que também ganhou as Eurocopas de 2008 e 2012, chegou ao Brasil com 16 integrantes da equipe que triunfou na África do Sul, a maior quota de retorno de um campeão no Mundial seguinte.

E muitos desses jogadores guardam ainda as cicatrizes da partida contra os holandeses, quatro anos atrás, quando venceram uma batalha ferrenha, com um sofrido 1 a 0, decretado por gol de Andrés Iniesta a quatro minutos do final da prorrogação. A Espanha dominou a posse de bola em Johannesburgo recebendo, em troca, uma descarga de entradas duras da feroz defesa holandesa.

Mas os torcedores que vão à Arena Fonte Nova deverão esperar desta vez um estilo mais vistoso, quando o jogo de passes curtos de Xavi, Andrés Iniesta e David Silva enfrentar o contra-ataque holandês liderado por Arjen Robben e Robin van Persie.

Os comandados de Vicente Del Bosque vêm reforçados pelo atacante brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa, chegando entre os favoritos, dispostos a se tornarem a primeira seleção europeia a ganhar uma Copa no continente norte-americano.

Nascido em Lagarto, em Sergipe, Diego deverá dar mais pegada a uma equipe acostumada a jogar sem um atacante tradicional. Revelação na última liga espanhola, com 36 gols que contribuíram para o título do Atlético de Madri, ele reagiu irritado às declarações do técnico brasileiro, Luiz Felipe Scolari, de que lhe teria oferecido uma oportunidade de jogar o Mundial pelo Brasil. O atacante insiste que só foi chamado pela Espanha.

Mais persiste a dúvida se Del Bosque finalmente se atreverá a sair jogando com Diego Costa ou se fará uma aposta mais conservadora, com o veterano David Villa ou mesmo Fernando Torres. E isso supondo que jogue com um “nove”. Porque a alternativa seria apostar em usar um “falso nove”, no caso Cesc Fábregas. Não é uma decisão menor, considerando as dificuldades que a Espanha encontrou nos últimos anos para fazer gols.

Enquanto a Espanha confia na experiência, a equipe holandesa vem renovada. Apenas quatro titulares da final na África do Sul estão na equipe: Nigel de Jong, Arjen Robben, Robin van Persie e Wesley Sneijder.

A tática da Holanda do treinador Louis van Gaal foi objeto de um debate intenso nos últimos dias, depois que ele optou por abandonar o tradicional esquema 4-3-3 em favor de um mais defensivo, devido ao desfalque do meia Kevin Strootman, lesionado no joelho esquerdo.

– Não creio que neste momento sejamos capazes de jogar um ‘tika-taka’ – afirmou Arjen Robben, em entrevista à página oficial da seleção holandesa. “O contra-ataque é uma arma muito perigosa que, sem dúvida, usaremos nesse torneio”, acrescentou.

Prováveis escalações

Espanha: Iker Casillas; Cesar Azpilicueta, Sergio Ramos, Gerard Piqué, Jordi Alba; Xabi Alonso, Sergio Busquets; David Silva, Xavi, Andrés Iniesta; Diego Costa.

Holanda: Jasper Cillessen; Daryl Janmaat, Stefan de Vrij, Ron Vlaar, Bruno Martins Indi, Daley Blind; Nigel de Jong, Jonathan de Guzman; Wesley Sneijder; Robin van Persie, Arjen Robben.

Local

Arena Fonte Nova, Salvador

Arbitragem

Nicola Rizzoli (Itália), auxiliado por seus compatriotas Renato Faveranie Andrea Stefani

Destaques

Espanha

Diego Costa: o sergipano teve que aturar gritos de “traidor” de alguns torcedores durante treino da Espanha em Curitiba e certamente será acompanhado com interesse pela plateia de seu país natal. Pode dar mais efetividade a uma equipe habilidosa mas envelhecida, que tem demonstrado limitações na hora de marcar gols.

Holanda

Wesley Sneijder: após perder o posto de capitão, ele conseguiu reconquistar a confiança de Van Gal, voltando a desempenhar um papel de destaque, como armador de jogadas para Robben e Van Persie. O meio-campista deverá comemorar nesta sexta sua centésima partida pela Holanda.

Retrospecto

As duas seleções se enfrentaram nove vezes, com quatro vitórias para cada lado e um empate. A Espanha marcou 13 gols, e a Holanda dez.

Último confronto

O último duelo entre as duas seleções foi justamente na final da Copa do Mundo de 2010. OS espanhóis venceram por 1 a 0, na prorrogação, com gol de Iniesta na prorrogação.