Esforço de Haddad para taxar super-ricos ganha apoio no G20

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Publicado quinta-feira, 25 de julho de 2024 as 19:41, por: CdB

De acordo com a embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, o tema tem avançado de forma consistente.

Por Redação – do Rio de Janeiro

A taxação global aos super-ricos têm avançado no âmbito do grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana (G20). O assunto tem sido levantado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à frente da Trilha Financeira do fórum de cooperação econômica internacional, em curso na capital carioca. 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulga a necessidade do imposto para os super-ricos

De acordo com a embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, o tema tem avançado de forma consistente. Coordenadora das pré-negociações com representantes dos ministérios e Bancos Centrais, Rosito acredita que haverá consenso nos três documentos propostos pelo grupo, reunido nestas quinta e sexta-feiras. 

Rosito afirmou ainda, em coletiva de imprensa nesta manhã, que um documento trata exclusivamente sobre cooperação tributária internacional, que inclui a taxação de grandes fortunas. O segundo reunirá assuntos como atuação de bancos multilaterais, arquitetura financeira internacional, fluxo de capitais e clima, e um terceiro comunicado terá uma “linguagem geopolítica”. 

— Será uma declaração inédita. Todos os termos levantados pela presidência brasileira estão dentro do documento, incluindo a tributação de super-ricos. Os pontos estão bem avançados — afirmou a embaixadora.

 

Documento

Em apoio ao esforço do ministro Haddad, a Oxfam, em conjunto com outras organizações, entregou ao ministro da Fazenda uma lista de petições de apoio à iniciativa do governo brasileiro por um acordo global de tributação dos super-ricos. O documento reuniu mais de 1,5 milhão de assinaturas em todo o mundo e pede por um aumento na tributação dos bilionários para combater a desigualdade global e fortalecer os serviços públicos.

Para a diretora-executiva da Oxfam Brasil, Viviana Santiago, a iniciativa de taxar os super-ricos é fundamental para a construção de um sistema mais justo e equitativo.

— Tributar os bilionários é uma medida urgente para combater as desigualdades, estamos falando de um avanço necessário para enfrentar as desigualdades extremas que vemos em nosso país, onde a concentração de riqueza perpetua injustiças históricas e impede milhões, especialmente mulheres negras e periféricas, de terem acesso a uma vida digna e oportunidades iguais — pontuou.

 

Por aqui

Na noite passada, Haddad ponderou que não apenas os super-ricos, mas os setores da sociedade brasileira que se beneficiam com isenção no Imposto de Renda, precisam passar a cumprir com suas obrigações como forma de equilibrar as contas públicas. Em entrevista à mídia conservadora, Haddad afirmou que o país tem um “déficit absurdo” há cerca de 10 anos e que o governo tem procurado corrigir o problema.

— Quem não paga imposto tem que voltar a pagar, senão a gente não reequilibra as contas — resumiu o ministro, que voltou a citar o impacto da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia sobre a arrecadação.

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