As equipes da Fórmula 1 podem boicotar corridas se a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) as punir severamente em razão do fiasco do Grande Prêmio dos Estados Unidos, avisou o chefe da Minardi Paul Stoddart.
As sete equipes que usam pneus Michelin foram chamadas a prestar esclarecimentos no encontro do conselho de automobilismo da FIA, que acontecerá em Paris na próxima quarta-feira, depois de desistirem de disputar a corrida de Indianápolis, no dia 19 de junho, por razões de segurança.
Stoddart, que vem agindo como um porta-voz não oficial das equipes que se opuseram à FIA e à Ferrari sobre mudanças nas regras, disse à radio BBC que as consequências de sanções rígidas poderão ir mais longe.
– Eu acho que alguma ação deve ser tomada, e eu não estou dizendo que irá acontecer no Grande Prêmio da França -disse ele quando questionado se o protesto poderia atingir a corrida da próxima semana em Magny-Cours se as punições realmente acontecerem.
– Na pior situação possível, se Max (Mosley, presidente da FIA) aplicar algum tipo de punição rígida, irão as outras equipes correr? Nós teríamos que ter uma reunião – acrescentou o australiano.
As sete equipes são a líder do campeonato Renault, McLaren, Williams, Toyota, Sauber, Red Bull e BAR.
Elas foram aconselhadas pela Michelin a não correr pois seus pneus não garantiam a segurança para as condições do circuito, depois que Ralf Schumacher bateu forte nos treinos.
Mosley, que também falou à BBC, trouxe de volta a discussão depois que 120.000 torcedores em Indianápolis e dezenas de milhões de espectadores foram obrigados a assistir uma “corrida” de seis carros.
– Obviamente você não pune pessoas a menos que elas sejam culpadas, e a primeira coisa que você deve fazer é ouvir e ver o que elas têm a dizer e mostrar, porque sempre há dois lados em toda história. Se eles forem considerados culpados, a punição pode variar de uma reprimenda interna à suspensão para toda a vida. Eu não acho que nenhuma destas alternativas será aplicada, mas há uma grande gama de situações entre elas – ressaltou Mosley.
Mosley não deu importância aos pedidos para que ele renunciasse, feitos publicamente por Stoddart depois de Indianápolis.
– Isto particularmente não me preocupa. Meu antecessor, quando teve um conflito como esse, e devo dizer que eu estava do outro lado, do lado das equipes, nós pedíamos para ele renunciar a cada hora. Ele nem ligou – sentenciou.