Em visita à China, Scholz pede que Xi ‘influencie’ Rússia a parar com guerra

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Publicado sexta-feira, 4 de novembro de 2022 as 13:48, por: CdB

Chanceler federal da Alemanha é o primeiro líder do G7 a visitar a China em três anos. Em reunião, presidente chinês defende maior cooperação bilateral em meio a “a tempos de mudanças e turbulências”.

Por Redação, com ANSA – de Pequim

Em uma rápida visita de Estado à China nesta sexta-feira, o chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu ao presidente Xi Jinping que use sua influência para encerrar a “guerra de agressão” da Rússia na Ucrânia.

Xi Jinping recebe Olaf Scholz em Pequim

– Eu pediu ao presidente chinês que é importante que a China use sua influência sobre a Rússia. Isso refere-se à necessidade de respeitar os princípios da Carta da ONU que todos nós assinamos. Tratam-se de princípios como o da soberania e da integridade territorial, importantes também para a China – disse Scholz após a reunião.

Conforme a mídia chinesa, Xi convidou a comunidade internacional a “rejeitar o uso e a ameaça das armas nucleares” para evitar uma “crise no continente euroasiático” quando comentou a necessidade de impedir uma escalada ainda maior na guerra da Ucrânia.

Moscou, que tem nos chineses atualmente seus mais importantes aliados, ameaçou por diversas vezes usar armas nucleares por conta da atual guerra. Porém, apesar de não condenar claramente os ataques russos, Pequim não enviou armamentos para os russos e sempre defendeu a “integridade territorial”.

Scholz ainda afirmou aos jornalistas que “a Alemanha e a China são contrárias ao uso de qualquer arma nuclear na guerra na Ucrânia” e afirmou que no país asiático “todos sabem que uma escalada da guerra na Ucrânia teria consequências para todos nós”.

– Por isso, é muito importante para mim destacar que todos dizem claramente que uma escalada por meio do uso de armas nucleares táticas está excluída – pontuou ainda o alemão.

Paz e desenvolvimento 

Na declaração formal após o encontro, Xi Jinping afirmou que a situação internacional “é complexa e mutável” e que potências como os dois países “precisam colaborar em tempos de mudança e caos para dar maiores contribuições à paz e ao desenvolvimento mundial”.

Lembrando que as relações diplomáticas entre Alemanha e China completam 50 anos em 2022, Xi ainda afirmou que “se forem mantidos os princípios de respeito recíproco, de pesquisa no terreno comum, de mudanças e de aprendizado mútuo, a direção das nossas relações não será desviada e o ritmo de avanço será estável”.

A China ainda pediu que a Alemanha rejeite “confrontos entre blocos e as interferências animadas por ideologias” nas relações bilaterais e a seguir com uma “política positiva” em relação a Pequim.

Já sobre a União Europeia, Xi destacou que seu país “sempre considerou” a Europa como um parceiro estratégico global, apoiando a autonomia estratégica e esperando “ver uma Europa estável e próspera”.

– Que as relações não sejam colocas na mira, subjugadas ou controladas por terceiros. Continuemos a tornar maior a torta de interesses comuns, explorando o potencial de cooperação sobre novas energias, inteligência artificial e digitalização – acrescentou.

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