Em São Caetano, torcedores choram e rezam por Serginho

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Publicado quinta-feira, 28 de outubro de 2004 as 18:38, por: CdB

A torcida do São Caetano estava de luto nesta quinta-feira pela morte de um jogador-símbolo do clube, o zagueiro Serginho.

Com uma torcida pequena, os atletas do São Caetano têm uma relação mais próxima com os fãs. Serginho, desde 1997 no clube, costumava tomar café com alguns deles na padaria em frente ao estádio Anacleto Campanella.

– Perdemos um amigo, um jogador que praticamente nasceu aqui em São Caetano. Ele recebeu várias propostas (para deixar o clube), mas preferiu ficar –  disse, chorando, Agostinho Folco, presidente da torcida Bengala Azul, que reúne cerca de 380 sócios com mais de 60 anos.

– Ele ficará marcado para o resto de nossas vidas, tinha contato diariamente – “, completou.

Folco, que desconhecia qualquer problema cardíaco do zagueiro, estava no estádio do Morumbi quando Serginho passou mal e caiu em campo aos 14 minutos do segundo tempo. O zagueiro foi atendido pelos médicos do São Caetano e do São Paulo, mas morreu após dar entrada no Hospital São Luiz.

O corpo de Serginho está sendo velado na cidade mineira de Coronel Fabriciano, onde será enterrado na sexta-feira.

A decisão da mulher do jogador, Elaine, de optar por não realizar o velório em São Caetano, onde o jogador obteve suas principais conquistas, como o título paulista deste ano, frustrou os torcedores.

– Alguns ficaram chateados, mas temos de ver o lado da família. Respeito a decisão dela – comentou Daisny Garcia, diretora da torcida Azulão 13.

Daisny, que é enfermeira, disse que estava na arquibancada ao lado da ambulância no Morumbi e confirmou que o motorista não estava no local quando Serginho desmaiou.

– Algumas pessoas tentaram abrir a ambulância, mas ela estava trancada. Faço um alerta: quando um sair, outro tem de ficar no lugar – destacou ela – A ambulância tinha de ir até ele e não o contrário, como aconteceu.

O único funcionário do clube presente no Anacleto Campanella era o office boy Cristiano Alves de Mello, que também estava no estádio.

– O presidente (do clube, Nairo Ferreira de Souza) ligou e decretou luto. O clube está fechado. Independentemente de tudo, ele era um amigo – afirmou ele, que também chorou.

O clube fretou um avião para levar o corpo de Serginho até Minas Gerais. Dirigentes e jogadores também foram para o velório em vôo fretado.

Em São Caetano, os torcedores homenagearam o ídolo rezando e batendo palmas para Serginho.