Eleições para o Parlamento Europeu chegam à reta final

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Publicado domingo, 9 de junho de 2024 as 12:31, por: CdB

Eleitores de 20 países foram às urnas neste domingo, incluindo Alemanha e França. Depois do pleito, começa corrida para escolha de presidente da Comissão Europeia.

Por Redação, com DW – de Bruxelas

As eleições para o Parlamento Europeu chegaram na reta final neste domingo, quando eleitores de 20 dos 27 países da União Europeia (UE) vão às urnas, incluindo Alemanha, França, Espanha e Suécia. Desde quinta-feira, os europeus estão votando para escolher os novos eurodeputados.

França está entre os 20 países europeus que encerram as eleições europeias

Cerca de 350 milhões de eleitores vão eleger os 720 representantes dos 27 países membros do bloco. A largada da eleição foi dada na Holanda, mas é neste domingo que a maioria dos países está votando para determinar os rumos da política da UE para os próximos cinco anos.

Cada país da União Europeia tem direito a um determinado número de assentos no Parlamento Europeu, de acordo com seu tamanho, mas não estritamente proporcional à sua população. Como o integrante do bloco mais populoso, a Alemanha é representada por 96 eurodeputados. Os países menores, como Chipre, Malta e Luxemburgo, têm direito a seis eurodeputados cada um.

Manutenção da paz, segurança social e imigração são os temas principais desta eleição para os eleitores alemães, segundo uma pesquisa de maio da emissora pública alemã de televisão ARD. Já a maioria dos europeus considera a luta contra a pobreza e a saúde as questões mais importantes, seguidas de fomento à economia, criação de empregos e política de segurança e defesa do bloco, segundo a pesquisa Eurobarômetro de abril.

As principais tarefas do Parlamento Europeu

Em muitas áreas, como proteção ambiental e políticas migratória e econômica, o Parlamento Europeu é um dos dois legisladores. Os eurodeputados precisam sempre aprovar as novas legislações juntamente com o Conselho da União Europeia, que representa os 27 países-membros. Em outras questões, como política de segurança e defesa, o Parlamento Europeu é apenas informado e consultado. O órgão normalmente não apresentas propostas de leis, essa tarefa cabe à Comissão Europeia.

No Eurobarômetro, 70% dos entrevistados afirmaram que a UE influencia seu cotidiano. No entanto, a participação nas eleições europeias costuma ser baixa. No pleito anterior, em 2019, a marca de 50% foi ultrapassada depois de muito tempo.

O que ocorre depois das eleições

Pouco mais de uma semana depois das eleições, em 17 de junho, os chefes de Estado e governo da UE se reunirão para um encontro informal do Conselho Europeu, em Bruxelas. O objetivo é chegar a um acordo para preencher os principais cargos da União Europeia, inclusive o de presidente da Comissão Europeia.

Os tratados do bloco estipulam que os chefes de Estado e governo da UE indiquem os candidatos. A próxima reunião regular do Conselho Europeu está programada para o fim de junho.

Para a escolha, pode ser usado o “princípio da cabeça de chapa”, pelo qual a bancada parlamentar com a maioria dos assentos assumiria a presidência da Comissão Europeia. Se esse sistema for seguido, a atual ocupante do cargo e candidata do Partido Popular Europeu (PPE), Ursula von der Leyen, teria as melhores chances, de acordo com as pesquisas mais recentes de intenção de voto.

Depois da nomeação, o futuro presidente da Comissão Europeia é então eleito por maioria simples no Parlamento Europeu.

Barganha já começou

A barganha por essa maioria já começou em Bruxelas. Em um debate televisivo, von der Leyen afirmou que irá trabalhar com eurodeputados que se posicionam claramente a favor da Europa e do Estado de Direito e que apoiam a Ucrânia. Ela inclui nesse grupo a ultradireitista Georgia Meloni, primeira-ministra da Itália. Von der Leyen, porém, descartou uma cooperação com o partido francês Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen.

Até agora, esses dois partidos ultradireitistas pertencem a grupos parlamentares distintos. A sigla de Le Pen faz parte da bancada parlamentar Identidade e Democracia (ID), já o Irmãos da Itália, legenda de Meloni, integra o Reformistas e Conservadores Europeus (ECR).

A aproximação com o campo mais a direita não é isenta de perigo para von der Leyen. Ela pode perder votos de outras bancadas, por exemplo, entre os social-democratas.

Os resultados das eleições neste domingo vão revelar se foi concretizada a especulada ampliação da presença da ultradireita no Parlamento Europeu. Esse aumento em si não garante a união dos partidos populistas de direita em uma única bancada, como busca Le Pen. Segundo pesquisas eleitorais, os partidos ultradireitistas poderiam se tornar a segunda força no Parlamento Europeu.

O novo Parlamento Europeu se reunirá pela primeira vez em 16 de julho, em Estrasburgo. Até lá, deverá estar claro a nova configuração e o tamanho das bancadas parlamentares.

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