Economia mundial está mais promissora segundo Unctad

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Publicado quinta-feira, 16 de setembro de 2004 as 15:49, por: CdB

A situação da economia mundial é mais promissora hoje do que há um ano. Houve crescimento de produção e no comércio, criando tendências e perspectivas favoráveis ao crescimento sustentado e duradouro no mundo. A constatação está no relatório sobre comércio e desenvolvimento divulgado nesta quinta-feira pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

De acordo com a Unctad, o câmbio flexível no Brasil teve um forte impacto no comércio exterior, que saiu de um déficit de US$ 7 bilhões na balança comercial em 1998, para um superávit de US$ 13 bilhões em 2002 e de US$ 25 bilhões, em 2003.

Mas o forte desempenho do comércio exterior não favoreceu o crescimento interno, principalmente em função da queda registrada na renda dos trabalhadores entre 2000 e 2003, e as altas taxas de desemprego, que em abril último foi superior a 13%. A baixa demanda interna associada a elevadas taxas de juros inibiram os investimentos no país.

Neste ano, aponta o documento, o Brasil caminha para um crescimento de 3,5%. Mas, mesmo com forte desempenho do comércio exterior, para ser significante, o crescimento econômico terá que vir acompanhado de mais investimentos e consumo interno.

Mesmo com a perspectiva promissora da economia mundial, no momento, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o desenho de um cenário de incertezas é maior do que no começo da década 90. A demanda interna em nações ricas está fragmentada e ainda existem enormes desequilíbrios nas contas do comércio mundial. Isto pode criar pressões protecionistas no quadro internacional e instabilidade cambial nos mercados financeiros.

Na América Latina, depois de dois anos de estagnação, em 2003 a expansão econômica acompanhou o crescimento populacional, ambos aumentando 1,6%. Isso aconteceu ao final de mais de duas décadas caracterizadas por crescimento débil (o Produto Interno Bruto – a soma de todas as riquezas produzidas no país – per capita em 2003 estava apenas 3,3% maior do que em 1980); desemprego em níveis altos e investimentos em queda. Ao mesmo tempo, o descontentamento da população com os resultados econômicos e sociais das reformas liberais era geral na região.