Com economia no fundo do poço analistas preveem queda nos juros

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Publicado terça-feira, 2 de maio de 2017 as 15:37, por: CdB

Em relação à política monetária, permanece a expectativa de novo corte de 1 ponto percentual na taxa de juros, atualmente em 11,25%, na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom)

 

Por Redação – de Brasília

 

Economistas de instituições financeiras melhoraram pela segunda vez seguida a expectativa para o crescimento da economia neste ano. Ao mesmo tempo, reduziram as projeções para a inflação em 2017 e 2018. Também mantiveram a perspectiva de manutenção do corte da taxa básica de juros, em 1 ponto percentual, neste mês na pesquisa Focus do Banco Central.

crescimento da economia
O Banco Central tem ampliado a queda na taxa básica de juros (Selic) ao longo do ano

O levantamento divulgado nesta terça-feira mostrou que a estimativa para a inflação este ano agora é de 4,03%, recuo de 0,01 ponto percentual, na oitava redução seguida.

Para 2018, a expectativa para a alta do IPCA também mostrou menor pressão, pela quarta vez, chegando a 4,30%, sobre 4,32% antes.
Os especialistas consultados também passaram a ver um cenário melhor para a economia, ao elevarem a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 a 0,46%, contra 0,43% na semana anterior.

Juros

Para 2018, houve manutenção da projeção de expansão em 2,5%.

Em relação à política monetária, permanece a expectativa de novo corte de 1 ponto percentual na taxa Selic, atualmente em 11,25%, na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom).

Também não sofreram alterações as contas de que a taxa básica de juros terminará tanto este ano quanto o próximo em 8,5%, mesma perspectiva vista pelo Top-5, grupo que reúne os que mais acertam as previsões.

Inflação

Em linha com a previsão dos economistas, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,12% em abril, depois de ter fechado março com avanço de 0,47%, diante da queda nos preços de habitação, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira.

Na comparação com a terceira quadrissemana do mês, o indicador também mostrou desaceleração dos preços ante a alta de 0,31% registrada antes.

Nessa comparação, a principal contribuição para o resultado partiu do grupo Habitação, que acelerou a queda a 0,69%, ante recuo de 0,09% na terceira quadrissemana. Em março, os preços de Habitação haviam subido 1,10%.

O destaque ficou com o item tarifa de eletricidade residencial, cujos preços passaram a apresentar queda de 6,22% após recuo de 2,67% na terceira quadrissemana. Também recuaram os grupos Alimentação, Educação, Leitura e Recreação e Despesas Diversas.

Demissões

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) informou nesta terça-feira que, em todo o país, os diversos segmentos do setor vêm registrando recuperação na geração de empregos, apesar de ainda apresentarem saldo negativo no valor agregado.

Segundo pesquisa com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, no primeiro trimestre, 13 dos 25 subsetores de atividade geraram postos de trabalho, com a maior parte das vagas criadas contemplando trabalhadores jovens e qualificados.

Apesar da constatação, de janeiro a março, foram fechadas 64.378 vagas de emprego no setor, resultado que, no entanto, é 78% menor do que o verificado no primeiro trimestre do ano passado, quando deixaram de existir 303.129 postos de trabalho.

De acordo com a CNC, o setor terciário destacou-se pela geração de vagas no comércio atacadista, abrindo 5.941 postos de trabalho, enquanto, no comércio e na administração de imóveis e valores mobiliários, foram criadas 2.148 novas vagas.

Empregabilidade

Os setores em que mais se reverteu o fechamento de vagas foram o primário (agropecuária) e o secundário (indústria). De forma semelhante, dos 15 subsetores que compõem a indústria, oito reverteram os saldos negativos, com destaque para as indústrias metalúrgica e têxtil, que geraram 1.378 e 13.383 novos postos de trabalho, respectivamente.

Ao analisar o comportamento do comércio, o economista da CNC Fabio Bentes ressaltou que “a reação de alguns segmentos do mercado de trabalho demonstra o início de uma retomada parcial da empregabilidade, que é o principal entrave para o crescimento do consumo no país”.

Segundo Bentes, “o desempenho mais favorável da agropecuária e da indústria em detrimento do setor terciário está associado ao maior aquecimento da demanda externa. A produção industrial brasileira cresceu 0,3% no início de 2017, e o preço médio das exportações nacionais avançou 21,3% ante o mesmo período do ano passado”, afirmou.

Faixa etária

A CNC destacou, ainda, que a quantidade de postos de trabalho preenchida por jovens contrastou com o enxugamento de vagas voltadas para trabalhadores mais experientes. No primeiro trimestre deste ano, foram abertas 175,3 mil vagas para pessoas com até 24 anos de idade, número 120% maior do que o registrado no mesmo período de 2016.

Ao mesmo tempo, 239,7 mil vagas nas demais faixas etárias foram eliminadas no acumulado do ano, ante 382,9 mil nos três primeiros meses de 2016. Outra constatação da CNC é que a geração de vagas no mercado formal favoreceu os trabalhadores mais qualificados.

De janeiro a março, foram abertas 60,8 mil vagas para empregados com nível superior completo, número 44,4% maior do que no mesmo período de 2016.

A CNC observou, ainda, que houve reversão do saldo negativo do início do ano passado entre os trabalhadores com nível superior incompleto, com a abertura de 2.308 novas vagas.