No período final da Guerra Fria, os EUA treinaram e financiaram vários grupos terroristas contra a antiga URSS. É o que os especialistas chamam de “guerra por procuração”. Vários territórios que ficaram à deriva e que pertenciam ou à Portugal, ou que ficavam no sul da África seriam então disputados “por procuração” com a atuação desses grupos lutando contra seus Estados destruídos ou enfraquecidos. É o caso da aproximação de Reagan e o Apartheid, do Grupo Renamo em Moçambique e de alguns grupos terroristas na Nicarágua. No caso do Afeganistão, os norte-americanos viram, inclusive geograficamente, um ótimo aliado na guerra contra a URSS e começaram a procurar muçulmanos extremistas que seriam “implacáveis” em uma oposição aos soviéticos, inclusive a maioria dos armamentos e das minas terrestres hoje existentes no país originam dessa época, e dessa procura e união, nasceu a Al Qaeda, tal como é hoje. A CIA os treinou, os financiou com armas e os organizou.
Quando a Guerra Fria acabou com a queda e abertura da URSS, os EUA já tinham informações de que a “criatura” poderia se voltar contra o “criador” com todas as condições dadas pelos norte-americanos e começou a perseguir esses extremistas. Vários foram presos e então o conflito se instalou e é a guerra que vemos hoje.
O movimento se espalhou por vários outros países no Oriente Médio e então os EUA acabaram criando uma rede terrorista sem Estado. A “guerra contra o terrorismo” é contra grupos e não contra países. Pela primeira vez, o inimigo não tem uma nacionalidade unificada e definida.