O dólar recuou 0,42 %nesta quarta-feira e encerrou a 2,356 reais, no menor nível desde 22 de abril de 2002. Ingressos de recursos contribuíram para a quarta sessão seguida de declínio da moeda norte-americana.
– Aparentemente, o desenrolar da CPI (dos Correios) não está mostrando muita coisa, então continua prevalecendo o fluxo positivo – apontou Paulo Fujisaki, analista de mercado da corretora Socopa.
O analista destacou que os ingressos vêm principalmente do lado comercial, com a boa performance das exportações. As recentes emissões anunciadas por empresas e pelo governo também têm reforçado o fluxo positivo, disseram operadores.
Com isso, o dólar vem renovando nos últimos dias o patamar mais baixo desde meados de 2002 e alguns analistas apontam que o mercado deve testar o patamar de 2,35 reais. Na mínima desta sessão, o dólar encostou nesse nível ao recuar 0,68 %.
De acordo com o analista de mercado da corretora Souza Barros, Hideaki Iha, um movimento de tesourarias bancárias em preparação para a formação da última Ptax do mês –taxa média do dólar que serve de base para a liquidação dos contratos de dólar futuro– também contribuiu para a apreciação do real.
– Já era esperado (que o dólar caísse) pelo vencimento da Ptax de amanhã. O pessoal reduz hoje o que puder para amanhã abrir mais tranquilo – afirmou ele.
– O cenário político, os depoimentos… não seguram o dólar, principalmente no fim do mês em que os vendidos estão em número maior.
Segundo dados do Banco Central da semana passada, os bancos mantinham posição vendida em junho, até o dia 17, em 2,168 bilhões de dólares.
No front externo, o declínio dos preços do petróleo colaborou para a tranquilidade no câmbio. Em Nova York, os contratos encerraram em queda de 1 dólar.
No mercado de dívida, os títulos brasileiros tiveram performance positiva, enquanto o risco Brasil, medido pelo banco JP Morgan, recuava 6 pontos nesta tarde, para 414 pontos-básicos sobre os Treasuries.