Dirigente xiita responsabiliza sunitas por atauqes

Um dirigente xiita responsabilizou, neste sábado, os sunitas pela violência contra os membros de sua comunidade e advertiu que pode haver represálias, no momento em que em Bagdá ocorreu o sétimo atentado com carro-bomba em seis dias.

Em meio à violência no país, continuam as negociações para a formação de um novo governo no Iraque.

– Atribuímos a responsabilidade destes atos aos membros da comunidade sunita e pedimos a eles que condenem as atitudes criminosas, para que não sejamos obrigados a responder – disse Asad Abu Qalal, governador da cidade santa de Najaf e membro do Conselho Supremo da Revolução Islâmica (CSRII), o principal partido xiita iraquiano.

Abu Qalal deu as declarações depois de assistir ao funeral de seis das nove vítimas do atentado cometido um dia antes, em plena oração de sexta-feira, contra uma mesquita xiita de Bagdá, o qual não reivindicado.

O atentado é mais recente de uma longa série de ataques contra os xiitas, majoritários no Iraque, em que o mais sangrento deles causou 118 mortos no fim de fevereiro em Hilla, 100km ao sul de Bagdá.

A declaração de Abu Qalalde é a advertência mais enfática feita até agora por uma autoridade xiita aos sunitas, acusados de fomentar a violência e de sabotar o processo de transição política, depois de perder a supremacia no país com a queda do regime do ex-presidente Saddam Hussein.

O último ato de violência desse tipo foi o atentado suicida cometido contra um comboio do exército americano no oeste de Bagdá, que deixou um morto e cinco iraquianos feridos, segundo fontes policiais e testemunhas.

Segundo Basem Mahmud, testemunha do atentado, “um homem a bordo de um veículo se lançou contra um comboio americano antes de o carro explodir”.

– A explosão ocorreu numa rua lateral ao lado da estrada do Aeroporto de Bagdá e os cinco feridos foram levados a um hospital da cidade –  disse uma fonte do Ministério do Interior, que acrescentou que os cinco iraquianos feridos estavam na rua ou em suas casas.

Pelo menos sete atentados com carro-bomba, a maioria cometida por suicidas, foram cometidos esta semana na capital, onde, como no resto do país, a violência aumentou.

No sábado, duas pessoas morreram na explosão do veículo em que estavam num povoado próximo a Basra, 550km ao sul de Bagdá. Duas crianças que estavam na rua ficaram feridas.

De madrugada, uma menina de 10 anos e um professor morreram em dois ataques com bombas, que deixaram também quatro feridos, em Baaquba, ao norte da capital, segundo a polícia.

Enquanto a violência aumenta, há poucos avanços na formação do novo governo. As negociações entram na terceira semana sem resultados.

O vice-presidente Ghazi al Yauar se reuniu neste sábado com personalidades sunitas da Frente Nacional, que no dia anterior haviam conversado com o presidente Jalal Talabani.