Dinamarqueses isolam área com ‘granadas químicas’

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Publicado segunda-feira, 12 de janeiro de 2004 as 11:25, por: CdB

As tropas dinamarquesas isolaram a área onde nos últimos dias foram achadas cem granadas de morteiro com substâncias químicas, à espera de que especialistas americanos levem os projéteis para análises mais detalhadas.

Segundo disse à EFE o porta-voz das tropas dinamarquesas, capitão Kim Michelsen, foram desenterrados ao redor de cem projéteis em El Feyara, que foram submetidos a quatro tipos de exames diferentes, com o mesmo resultado: todos contêm substâncias normalmente empregadas na fabricação de gás mostarda.

Os projéteis não foram ainda retirados do local, uma esplanada convertida em lamaçal depois das últimas chuvas, a fim de evitar riscos.

O lugar, de cerca de 30 metros quadrados, foi cercado e a população da aldeia vizinha foi alertada a não se aproximar do perímetro de segurança.

Os soldados dinamarqueses estabelecem uma vigilância de 24 horas para evitar qualquer incidente.

O esconderijo dos projéteis suspeitos, situado a 20 quilômetros da fronteira iraniana, foi descoberto acidentalmente por tropas islandesas que trabalham no contingente dinamarquês, quando as últimas chuvas causaram vários deslizes de terra que deixaram à mostra três granadas.
O que mais chamou a atenção dos dinamarqueses é que as granadas haviam sido cuidadosamente alinhadas e envolvidas em plástico, enquanto em outros arsenais os iraquianos costumam amontoar sem ordem nem cuidado.

As forças dinamarquesas acham que poderão aparecer muitos mais projéteis com substâncias químicas.

Aparentemente, todos estes projéteis, que têm mais de dez anos, datam da guerra entre o Iraque e o Irã (1980-88), e não há nenhum que seja relativamente recente.

Esta descoberta constitui a primeira localização do suposto armamento químico no Iraque, depois que especialistas da ONU e dos Estados Unidos buscaram durante meses, mas sem sucesso, armamento em massa.