Dia Mundial contra violência nas mulheres

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Publicado sexta-feira, 25 de novembro de 2016 as 19:54, por: CdB

A ONU e a OMS escolheram este 25 de novembro como Dia Mundial pela Eliminação da Violência nas Mulheres, para denunciar uma situação insustentável, que pode ser de ordem pessoal ou ditada por religiões.

Por Rui Martins, de Genebra:

Mulheres são vítimas de violências em todo mundo
Mulheres são vítimas de violências em todo mundo

Uma em cada grupo de três mulheres é vítima de violência física ou sexual em todo mundo denuncia a Organização Mundial da Saúde, que consagra hoje como o Dia Mundial pela Eliminação da Violência nas Mulheres. Essa violência, diz a OMS, não é só um problema de saúde pública como constitui uma violação dos direitos humanos da mulher.

Um grande número de violências é cometida pelos próprios maridos ou familiares contra as esposas ou filhas, por ignorância, machismo ou por sua cultura considerar a mulher inferior ao homem. Entretanto, em uma grande parte do mundo as mulheres não são consideradas iguais e com os mesmos direitos dos homens em decorrência de religiões, que as definem como seres inferiores sujeitas inclusive ao desejo de seus maridos.

Existem igualmente atos praticados não como violência voluntária ao sexo feminno mas como prática religiosa como a infibulação, que consiste na ablação dos lábios vaginais e do clítoris, na infância ou na puberdade. Trata-se igualmente de violência o casamento arranjado de adolescentes, de moças menores ou mesmo maiores, forçado pelos familiares ou a proibição de mulheres se casarem com homens de religiões diferentes, sob ameaças diversas inclusive ameaças de morte.

Em muitos países, nos quais são reconhecidos os direitos da mulher, ainda perdura o machismo, que minimiza a ocorrência da violação e do estupro. Nos países onde as mulheres são cidadãs de segunda classe, destinadas ao prazer do homem e à procriação, são também obrigadas a ocultarem seu corpo e a viverem escondidas dentro de seus trajes, em nome de preceitos religiosos ditados por sacerdotes masculinos.

A OMS assinala que a violência sexual além de machucar a mulher pode transmitir doenças venéreas e provocar gravidez não desejada, que pode se tornar parto também não desejado nos países sem legalização do aborto. Essa violência física, torna-se psicológica e causa problemas sociais.

Mulheres grávidas violentadas podem abortar, sofrer traumas assim como seus filhos em formação, que podem nascer antes do termo da gravidez ou nascer mortos, assinala a OMS.

No comunicado da OMS divulgado hoje, assim como no comunicado da ONU sobre o mesmo tema, são tratados com minúcia a maioria dos tipos de violência cometidos contra as mulheres em todo mundo.

Rui Martins, correspondente do Correio do Brasil em Genebra.