Desnutrição ainda sem solução, no MS

Uma audiência pública realizada na Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH), nesta quinta-feira, tratou da morte por desnutrição de crianças indígena, em Mato Grosso do Sul, mas terminou sem apontar solução para o problema.

O prefeito, apontou a demora no ano passado da liberação de recursos para a cidade, devido à não votação da proposta do Orçamento da União, como um dos pontos que agravou a situação:
 
– Trancamento de pauta mata criança lá na ponta. Em Dourados, isso paralisou o trabalho dos agentes de saúde e pouco depois da greve desses profissionais, as crianças começaram a morrer – afirmou.
O secretário de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social, José Giacomo Baccarin, disse que o problema hoje, apesar de grave, é menor do que no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. 
– No mesmo período de 2001, morreram 11 índios; em 2002, foram 8; em 2003 também 8 e em 2004 ocorreram 11 óbitos nas mesmas circunstâncias. O índice de mortalidade ainda é alto, mas há efetivamente uma redução – afirmou.

Em meio a onda de mortes que assolam os índios no Mato Grosso do Sul, mais uma vítima foi confirmada. Janison Valdez Duarte, de três meses, da etnia guarani-caiovás morreu, na madrugada desta quinta-feira, depois de ser internado no Hospital da Mulher de Douradossul. O atestado de óbito assinado pelo médico Vando Costa confirma que o menino apresentava acentuado grau de desnutrição. É a sétima vítima da Reserva Indígena de Dourados e a 13ª somando-se às mortes ocorridas entre os nhandévas.

A Câmara dos Deputados aprovou a criação de uma comissão externa para investigar casos de morte por desnutrição entre índios nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.