Desaparecimento de vigas da Perimetral ainda é mistério

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado segunda-feira, 10 de março de 2014 as 12:44, por: CdB
O desaparecimento de seis vigas de aço que eram do elevado da Perimetral, na Zona Portuária do Rio, é investigado há cinco meses pela Polícia Civil
O desaparecimento de seis vigas de aço que eram do elevado da Perimetral, na Zona Portuária do Rio, é investigado há cinco meses pela Polícia Civil

O desaparecimento de seis vigas de aço que eram do elevado da Perimetral, na Zona Portuária do Rio, é investigado há cinco meses pela Polícia Civil. Dezeseis pessoas foram ouvidas até agora, mas ainda não há indícios de quem praticou o crime. A polícia acredita que o roubo tenha sido efetuado entre os dias 10 de junho e 12 de agosto do ano passado.

No dia 28 de maio de 2013, uma foto de satélite, mostra as seis vigas em um terreno perto da Avenida Brasil, que serve de depósito para as obras de revitalização do Cais do Porto. No dia 13 de agosto, as vigas já haviam desaparecido. Cada uma delas tem 40 metros de comprimento e pesa cerca de 20 toneladas.

De acordo com os depoimentos de duas testemunhas em novembro de 2013, guindastes foram usados para içar as vigas do terreno e colocá-las em caminhões que seguiram em direção à Avenida Brasil, uma das principais vias expressas do Rio. Uma delas disse que quatro homens usaram maçaricos para retalhar as vigas e que pra fazer cada corte. A ação teria demorado, pelo menos, duas horas. Já a outra testemunha afirmou que o guindaste foi o mesmo que, no início do ano, depositou as vigas ali.

Segundo o professor de direito Penal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Nelson Massine, o sumiço das vigas foi o maior roubo da história do Brasil, pelo menos em peso e tamanho. “No Brasil não há outro exemplo de dificuldade que se foi vencida pela criminalidade”, disse o Massine.

As vigas são feitas de um aço especial capaz de resistir à corrosão por 400 anos. O material roubado foi avaliado pelo Conselho Regional de Engenharia do Rio em quase um R$1,5 milhão. De acordo com informações do portal G1. Para o presidente do Crea, poucas empresas teriam interesse neste aço. “Setor siderúrgico, siderúrgicas médias ou grandes, setor industrial de fabricação, por exemplo, indústria naval, e empreiteiras que trabalham com grandes obras, onde o aço é sempre necessário”, disse o Agostinho Guerreiro.

Para a polícia, o guindaste usado para transportar as vigas da Perimetral até o terreno foi o da empresa Transreta. Os representantes da companhia não quiseram dar entrevista.

A Transreta afirmou que foi contratada pelo Consórcio Porto Novo e que o transporte das vigas foi realizado com o auxílio de órgãos de trânsito do Rio. Declarou ainda que todas as informações foram apresentadas à autoridade policial.

A polícia já sabe que o furto aconteceu entre os dias dez de junho e 12 de agosto. As investigações só começaram em outubro, depois que o Bom Dia Brasil denunciou o desaparecimento do material. A polícia requisitou as imagens das câmeras da Prefeitura do Rio na Avenida Brasil, mas elas já tinham sido apagadas, como normalmente se faz.

A prefeitura vendeu a primeira leva de 232 vigas que serão retiradas após a implosão de parte da Perimetral no fim de novembro. Ao todo, são mais de mil vigas.