A Frente Parlamentar para a redivisão do território brasileiro, que defende a criação de cinco novos Estados e três territórios federais na Amazônia, terá nova reunião no dia 5 de maio, na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados. Os estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso serão afetados pela iniciativa, que representa metade dos projetos em tramitação no Congresso Nacional.
– Nós não podemos, de forma alguma, deixar da forma como está – disse o novo presidente da Comissão, deputado Junior Betão (PPS-AC) em entrevista ao programa Revista Amazônia, da Rádio Nacional da Amazônia. Ele lembrou que “a região mais promissora do mundo não pode continuar abrigando uma população tão pobre, tão miserável”.
Nos projetos apresentados está prevista a criação dos estados de Carajás, Xingu e Tapajós, no Pará; do Araguaia, em Mato Grosso; e do Solimões, no Amazonas, além dos territórios de Juruá, Madeira e Uirapuru, todos no Amazonas. O parlamentar também lembrou os problemas de fronteira existentes entre o Pará e Mato Grosso e entre o Acre e o Amazonas: “Ninguém aceita ceder um pedaço”. E citou as grandes distâncias como argumento para a ausência do Estado em muitas comunidades: a cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, está a dois quilômetros de Goiará, no Amazonas, e para se chegar a Manaus são 40 dias de barco. Usando um dito da floresta, Betão comentou: “Onde não tem onça, veado anda solto”.
Na opinião do presidente da Comissão, a redivisão da Região Norte poderá ser favorável à causa ambiental, mas ele alertou para o perigo do espaço aberto para o narcotráfico e o contrabando, por falta da presença oficial. “Eu não sou a favor do desmate sem responsabilidade, mas também não sou a favor do engessamento do desenvolvimento da Amazônia.” Sobre o andamento dos projetos de redivisão, disse acreditar que “a partir de agora o debate começa a se afunilar, mas ao final haverá consenso”.
A Comissão também pretende ver criada, “de uma forma rápida”, a nova Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Falta definir a fonte de recursos, o que também deverá ser discutido com os próximos convocados, os ministros da Integração Regional, Ciro Gomes, e do Meio Ambiente, Marina Silva.
Para o deputado Junior Betão, “é preciso chegar a um consenso sobre o Plano Amazônia Sustentável (PAS), para que o Plano Plurianual de Ação (PPA) entre em funcionamento”.