Denúncia de arapongagem na Abin explode ‘bunker’ bolsonarista

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Publicado sexta-feira, 12 de julho de 2024 as 20:03, por: CdB

Extremista de ultradireita, Bolsonaro mostrou-se visivelmente perturbado com o fato de a PF ter em mãos uma gravação não autorizada. O áudio foi encontrado em um aparelho do deputado Ramagem. 

Por Redação – de Brasília

O áudio encontrado em um aparelho do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que registra a participação do então presidente Jair Bolsonaro (PL), do general Augusto Heleno e uma advogada do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em que discutiam estratégias de defesa do filho de Bolsonaro no caso das chamadas ‘rachadinhas’, caiu feito uma bomba no núcleo político do e-mandatário neofascista.   

O delegado Ramagem
O delegado Ramagem seria o chefe da ‘Abin paralela’ criada no governo Bolsonaro

Fontes ligadas ao ex-ocupante do Planalto relataram que ele está “muito irritado” com o fato de a reunião ter sido registrada por áudio e o material ter sido guardado por Ramagem, mesmo sabendo que a Polícia Federal (PF) investigava a existência de uma “Abin paralela”.

— Ele deveria ter destruído esse áudio nunca guardado. Por que ele guardou? questionou um aliado de Bolsonaro, segundo apurou a mídia conservadora. 

 

Operação

Ramagem deixou a Abin em março de 2022, no prazo final para se candidatar a deputado. Uma vez eleito, credenciou-se à pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro. Aliados de Bolsonaro, agora, estariam preocupados com as últimas notícias envolvendo o nome do homem que irá disputar uma das prefeituras mais importantes do país. 

A PF deflagrou, na véspera, uma nova fase da Operação Última Milha. Desde 2023, desenvolve-se o inquérito que apura o possível uso ilegal de sistemas Abin para espionar autoridades e desafetos políticos no governo Bolsonaro. De acordo com as investigações, o grupo usou sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial.

Diante dos fatos, ainda segundo segundo colunistas, Bolsonaro decidiu que, ao menos no momento, não há ambiente para seguir adiante na campanha de Ramagem. Apesar do cancelamento, Bolsonaro permaneceu no escritório, na sede do PL, em Brasília, sem esconder sua fúria dos aliados presentes no partido.

 

Gestapo

O extremista de ultradireita mostrou-se visivelmente perturbado com o fato de a PF ter em mãos uma gravação não autorizada. O áudio foi encontrado em um aparelho do deputado Ramagem. 

“O senador Flávio Bolsonaro tem atuado para colocar panos quentes na situação, mas a relação de seu pai com o pupilo político Alexandre Ramagem azedou. Na campanha, a leitura é que o conteúdo do áudio terá o poder de ditar os rumos do pleito, inclusive a permanência de Ramagem na corrida eleitoral. É consenso que hoje o único ativo que o deputado tem é ser um homem de confiança de Bolsonaro e que, se isso acabar, mantê-lo na disputa pela prefeitura do Rio será insustentável”, revela a jornalista Malu Gaspar, em sua coluna no diário conservador carioca ‘O Globo’.

Após a eclosão do escândalo, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, comparou o esquema de monitoramento ilegal montado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) à Gestapo, polícia secreta criada pela Alemanha Nazista para perseguir aqueles que Adolf Hitler classificava como “inimigos do Estado”.

“É estarrecedor o que a Polícia Federal vem revelando sobre a Abin de Bolsonaro. Das rachadinhas ao golpe, da espionagem às fake news, o inelegível transformou a agência numa Gestapo particular, a serviço de seus interesses políticos e pessoais, incluindo a blindagem dos crimes da família. Durante quatro anos o Brasil esteve nas mãos dessa gente, pessoas tão bandidas que grampeavam uns aos outros”, resumiu Hoffmann, em suas redes sociais.

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