O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Delúbio Soares, confirmou em seu depoimento, que mandou efetuar o pagamento de R$ 1 milhão à empresa de tecelagem Coteminas, em maio deste ano. Segundo a Polícia Federal, Delúblio teria dito que o valor era uma primeira parcela de 2,7 milhões de camisetas.
Segundo a Polícia Federal (PF), Delúbio disse que as camisetas foram distribuídas para vários diretórios do PT no país durante a campanha municipal de 2004. As camisetas custaram, ao todo, R$ 12 milhões. O ex-tesoureiro do PT prestou depoimento por mais de quatro horas e não quis falar com a imprensa ao sair. Sua advogada, Flávia Rahal, disse que o depoimento foi tranqüilo. “Respeitamos o sigilo das investigações e deixamos para o delegado dar detalhes, se ele quiser falar”, disse, referindo-se ao delegado Luiz Flávio Zampronha, que investiga as denúncias contra o empresário Marcos Valério de Souza.
Segundo a Polícia Federal, Delúbio disse que recebeu R$ 4,9 milhões do empresário Marcos Valério de Souza, em outubro do ano passado e guardou R$ 1 milhão no cofre do Diretório Nacional do partido, na capital paulista. Ele afirmou ainda aos investigadores que, quando passou a ser cobrado pelos diretores da Coteminas, se sentiu na obrigação de quitar parcialmente a dívida e pediu a funcionárias do partido, que realizassem o pagamento.
Dos R$ 4,9 milhões, outros R$ 450 mil foram usados para pagar o advogado Aristides Junqueira, para assessorar a defesa do partido no caso do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002. Segundo Delúbio, esses recursos são parte dos R$ 55 milhões que Valério teria repassado ao partido. A PF quer agoraouvire as funcionárias responsáveis por levar o dinhneiro até a empresa Coteminas.