Delegado César Nunes pode indiciar Waldomiro por corrupção passiva

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Publicado terça-feira, 16 de março de 2004 as 01:27, por: CdB

O delegado César Nunes disse que poderá indiciar o ex-assessor do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz por crime de corrupção passiva ou de concussão, que é a extorsão praticada por funcionário público.

– Já há indícios muito fortes de que ele praticou o crime – garante o delegado.

O delegado vai pedir ainda à Justiça a quebra do sigilo telefônico, fiscal e bancário de Rogério Buratti. Ele teria sido indicado por Waldomiro como consultor na negociação do contrato da Caixa Econômica com a Gtech, empresa fornecedora de equipamentos de loterias. Buratti foi secretário do então prefeito de Ribeirão Preto, Antonio Palocci, em 94.

Diante da nova denúncia, o presidente do PSDB, José Serra, e o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio, encontraram-se nesta segunda-feira com o presidente do PDT, Leonel Brizola, no Rio. Discutiram a estratégia da oposição no Congresso.

A oposição ainda vai tentar uma última cartada no Congresso, para fazer uma investigação política sobre os bingos no Brasil, um recurso ao plenário do Senado, mesmo sabendo que não tem maioria dos votos. O objetivo é forçar os líderes dos partidos que apóiam o governo a indicar os representantes da CPI e começar a investigação das denúncias.

Da tribuna do Senado, José Jorge (PFL-PE) pediu a convocação dos diretores da Caixa Econômica Federal. Ele quer explicações sobre o contrato da Caixa com a Gtech.

– Pelo menos, vamos trazer essas pessoas para explicar o que aconteceu internamente dentro da Caixa. Mas eu acho que só uma CPI poderá fazer com que essa investigação chegue ao fundo do programa – afirmou o senador.

– O argumento básico da semana passada era de que havia greve da Polícia Federal e não haveria ter investigação. O resultado está aí: o governo está investigando e a Polícia Federal trabalha com total isenção e independência, firmeza, trabalhando todas as hipóteses para esse episódio, para identificar todos os responsáveis, que possam ter cometido qualquer tipo de delito e puni-los de forma exemplar – retrucou Aloizio Mercadante (PT), líder do governo no Senado.