O déficit comercial dos Estados Unidos atingiu o recorde de US$ 498 bilhões em 2003, com um quarto desse valor resultante do comércio com a China, segundo dados oficiais.
O déficit registrado foi 17,1% maior do que o recorde anterior, observado em 2002.
As importações americanas cresceram 8,3% em 2003, enquanto as exportações aumentaram a um ritmo lento de 4,6%.
As notícias empurraram o dólar para o seu nível mais baixo em relação à libra.
O déficit coloca ainda mais pressão sobre o dólar, o que poderá criar pressão inflacionária num momento em que os americanos pagam mais por mercadorias importadas.
O déficit mensal atingiu um quase recorde de US$ 42,5 bilhões em dezembro, bem acima de uma previsão de US$ 40 bilhões.
Gary Trayer, economista chefe da AG Edwards & Sons, disse que “os dados sugerem que o declínio do dólar nos últimos dois anos não está tendo um impacto.
“Isto sugere que o dólar poderá precisar cair mais para ajudar a reduzir o déficit comercial. Mas há um risco de inflação mais elevada se isso acontecer.”
O desequilíbrio comercial com a China aumentou ainda mais
A moeda americana caiu pesadamente em relação ao euro e outras moedas nos últimos seis meses, pressionada por preocupações de que a grande diferença comercial e um pesado déficit orçamentário dos Estados Unidos possam desestabilizar a economia.
Ao depor esta semana no Congresso, o presidente do Fed (Banco Central americano), Alan Greenspan, pareceu confortável com a queda do dólar, dizendo que, até agora, as companhias estrangeiras tinham sido capazes de absorver o impacto.
Ele disse que, eventualmente, isto ajudará a conter os grandes excedentes comerciais uma vez que os produtores estrangeiros exportam menos para os Estados Unidos.
O politicamente sensível déficit com a China, entre os maiores exportadores do mundo, aumentou de US$ 7,35 bilhões para US$ 10,29 bilhões. Já o déficit com a zona do euro aumentou de US$ 6 bilhões para US$ 8,19 bilhões.