Daniela Mercury, em sua “tentativa de ir além e buscar um som diferente”, incluiu em seu último CD as músicas que canta no carnaval. O álbum chega agora às lojas da Espanha.
Baiana de Salvador, Daniela Mercury, de 40 anos, cresceu profundamente influenciada por ritmos como a bossa nova e o samba. Começou a fazer aulas de dança aos 8 anos, mas foi aos 13 que despertou para o canto.
Ela iniciou a cerreira com pequenos shows em alguns bares de Salvador e, em 1986, cantou com Gilberto Gil, numa carreira que decolaria dois anos depois com a gravação de dois discos com a banda Companhia Clique.
Em 1991, após gravar seu primeiro álbum solo, Daniela Mercury começou sua busca por “um som novo e único”, que a levou a gravar outros 11 discos, nos quais experimentou a fusão de ritmos e sons tradicionais com as possibilidades da música eletrônica.
Em seu último álbum, <i>Carnaval eletrônico</i>, a cantora recorre à mestiçagem musical e à recriação das apresentações ao vivo dos carnavais da Bahia durante cinco anos à frente de seu Trio Eletrônico.
– Carnaval Eletrônico é o resultado de pesquisas iniciadas há cinco anos, quando meu trio eletrônico e eu atuamos pela primeira vez nos carnavais da Bahia. Eu buscava fazer algo diferente do que vinha fazendo todos os anos no carnaval. Por isso, decidi que levaria comigo DJ e percussionistas, e eu cantaria qualquer canção que quisesse – explicou.
– Foi incrível. As pessoas não dançavam, só nos olhavam, sem entender o que era aquilo tudo. Teve até gente que protestou e vaiou, mas eu tinha muita certeza: voltei a fazer o mesmo no ano seguinte, e no outro, no outro… E então decidi que levaria esta idéia para um disco – disse a cantora.
<i>Carnaval eletrônico</i> contou com a colaboração de Carlinhos Brown, Gilberto Gil e o DJ Memê, entre outros.
– Simplesmente os chamei e expliquei o que queria: que explorassem a música eletrônica ao máximo. Entreguei a eles minha voz gravada para que a modificassem, sempre fugindo do efeito remix – disse Daniela Mercury.